domingo, 8 de novembro de 2015

Combate medieval:saudade de valores genuínos
num novo esporte

A "Battle of the Nations" realizada todos os anos, requer pequenos estádios para o crescente público
A "Battle of the Nations" realizada todos os anos, requer estádios para o crescente público



Uma nova disciplina esportiva reconhecida em muitos países do mundo, deitou suas raízes na Argentina e está fazendo o mesmo no Brasil: o “Combate Medieval”.

Cavaleiros revestidos com armaduras que obedecem aos padrões históricos do século XIII em diante realizaram, em agosto de 2015, o primeiro torneio sulamericano, etapa da série mundial Historical Medieval Battles ou Batalhas Medievais HistóricasHMB.

O novo esporte surgiu há poucas décadas na Europa do Leste e já está bastante desenvolvido nos EUA, na Europa e em países asiáticos como o Japão e até na Austrália.



O Brasil já está dando seus passos e treinando sua seleção com a intenção de participar na “Battle of the Nations” em 2016, espécie de Copa do Mundo desse esporte.

Em Buenos Aires, lutadores do leste europeu deram uma aula magistral sobre o estrito regulamento e exemplos concretos de combate medieval para 150 lutadores do Brasil, do Chile, da Áustria, da Ucrânia, da Polônia, da Rússia e da anfitriã Argentina.

Há diversas categorias de combates. Acima combate individual na "Battle of the Nations"
Há diversas categorias de combates. Acima combate individual na "Battle of the Nations"
A organização correu por conta da Federación Argentina de Combate Medieval, da Asociación Internacional de Combate Medieval e do Grupo Scout “Santa Teresa del Niño Jesús”, com patrocínio da prefeitura de San Isidro, Grande Buenos Aires.

Adriana Di Francesco, capitã da seleção feminina argentina, contou seu primeiro mundial em 2013: “Treinamos e a equipe deu tudo. Nós nos propusemos ser os primeiros da América Latina. E hoje somos o país mais desenvolvido nesse esporte da região”.

Na Argentina há 15 clubes de HMB consolidados, que competem com o regulamento da HMB internacional, explicou Nicolás García, treinador do clube Companhia Lobo Negro.

A armadura deve ser completa, dos pés à cabeça. Deve ser autêntica, quer dizer, obedecer aos padrões históricos do século XIII.

Cada indivíduo escolhe a sua armadura. Na maioria dos casos, cada lutador fabrica a sua. Os fios de todas as armas devem ser arredondados, e não ter menos de 2 milímetros de grossura além de não ter ponta.

Os combates são individuais ou por equipes de até 21 combatentes, mas podem ser 5 contra 5, de 8, 16 ou de “todos contra todos”.

O combate de cinco contra cinco é uma categoria muito disputada.
O combate de cinco contra cinco é uma categoria muito disputada.
Há numerosos árbitros ou “Marshalls” vestidos de amarelo, que podem interromper o jogo e que têm uma hierarquia. O Knight Marshall é o árbitro-chefe, enquanto os Field Marshalls e os Line Marshalls são assistentes.

Os golpes podem ser dirigidos a qualquer parte do corpo, mas são proibidos na nuca, atrás do joelho ou nas articulações.

Eles visam derrubar o adversário, e não feri-lo. Quem cai por terra está derrotado. Ganha quem derruba todos ou quase todos – a juízo do Marshall – e o combate pode ter três lances ou rounds.

O combate singular é conhecido como Triatlon. Ele tem três fases, diferenciadas pelo tipo do armamento, cada uma com um minuto de duração.

A primeira se disputa com espadão (espada manejada com ambas as mãos); a segunda, com uma espada de uma mão e um escudo fixado no braço. A terceira se combate com una espada de uma mão e um escudo heráldico. O vencedor é definido por pontos em função dos impactos.

Combate Medieval no Brasil não é o passado: é o presente rumo ao futuro
Combate Medieval no Brasil não é passado:
é o presente rumo ao futuro
No combate grupal, ou Bohurt, não há limite de tempo, mas ganha quem derruba a equipe adversária. Também se computam pontos individuais por combatente.

“É um esporte full contact, mas há muita segurança”, explica Adriana Di Francesco.

“No combate, tu sentes o impacto, mas não dor; a maior luta é contra si próprio, por causa do peso da armadura. A motivação vem da vontade de combater e a ufania de vencer”.

Além dos combates, em torno da área de disputa monta-se uma aldeia medieval com artesões, comidas típicas, jogos e espetáculos alegóricos.

Todos os anos, em alguma cidade europeia onde o contexto histórico e os monumentos contribuem possantemente para o evento, realizam-se uma série de competições da nova disciplina, promovidas por diversas ligas, e fartamente documentadas em Youtube.

Mas há também torneios locais, nacionais ou internacionais de diversas dimensões. A nota dominante é a admiração pelo passado medieval, as Cruzadas e a Cavalaria.







Copa da International Medieval Combat Federation 2015, categoria 16 X 16, Polônia vs EUA, no castelo da Ordem Teutônica, em Malbork (Marienburg), Polônia. Mais sobre o castelo de Malbork (Marienburg)











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