domingo, 7 de julho de 2019

A mulher comum na Idade Média

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Faltaria falar das mulheres comuns, camponesas ou citadinas, mães de família ou trabalhadoras.

A questão é muito extensa, e os exemplos podem chegar através de diversas fontes como documentos ou mil outros detalhes colhidos ao acaso e que mostram homens e mulheres através dos menores atos de suas existências.

Através de documentos, pôde-se constatar a existência de cabeleireiras, salineiras (comércio do sal), moleiras, castelãs, mulheres de cruzados, viúvas de agricultores, etc.

É por documentos deste gênero que se pode, peça por peça, reconstituir, como em um mosaico, a história real ‒ muito diferente dos romances de cavalaria ou de fontes literárias que apresentam a mulher como um ser frágil, ideal e quase angélico ou diabólico ‒ mas que não tinha voz nem vez.



Mondsee Folk Festival, Tirol
Existem documentos demonstrando como em muitos locais, mulheres e homens votavam em assembleias urbanas ou comunas rurais.

Ouve um caso curioso: Gaillardine de Fréchou foi uma mulher e a única pessoa que, diante da proposta de um arrendamento aos habitantes de Cauterets, nos Pirineus, pela Abadia de Saint Savin, votou pelo Não, quando a cidade inteira votou pelo Sim.

Museu da Idade Média, Dinamarca
Nas atas dos notários é muito frequente ver uma mulher casada agir por si mesma.

Abrir, por exemplo, uma loja ou uma venda, e isto sem ser obrigada a apresentar uma autorização do marido.

Enfim, os registros de impostos, desde que foram conservados, como é o caso de Paris, no fim do século XIII, mostram multidão de mulheres exercendo funções: professora, médica, boticária, estucadora, tintureira, copista, miniaturista, encadernadora, etc.



(Autor: Régine Pernoud, “Idade Média ‒ o que não nos ensinaram”).




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