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Abadia de Hautvilliers, onde nasceu o champagne |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Pouco se fala do impulso decisivo dado pelos monges medievais para a criação e/ou requinte de aguardentes, licores, vinhos, cerveja, sidra e outras bebidas alcoólicas hoje muito apreciadas.
A tradição continuou introduzindo nos mosteiros após a Idade Média sucessivos aperfeiçoamentos e novos requintes, como o champanhe.
Os inventos dos monges passaram rapidamente aos leigos, que seguindo o impulso primeiro das abadias adquiriram voo próprio na elaboração de refinadas bebidas.
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Dom Perignon, abade a quem se atribui o champagne |
Na Idade Média, o clero atuou em todos os campos da atividade política, social e pessoal dos seus contemporâneos.
Inclusive, que é o que nos interessa aqui, na produção de vinhos, cervejas, “eau-de-vies” e licores.
Foi no silêncio dos monastérios, ou nas experiências dos laboratórios improvisados, que os monges, com a participação de “alquimistas” (químicos), procuraram obstinadamente soluções medicinais que prolongassem a vida.
Como colocar ‘espírito’ nas bebidas para que elas transmitissem vigor, alegria e energia vital.
Mas só por volta do século XIV, na França, eles começaram a macerar plantas e frutas para fabricar os primeiros licores.
E só quatro séculos depois, com a chegada à Europa do açúcar de cana, vindo das Antilhas, é que os produtores de licor definiram a fórmula – no mais das vezes secreta – com a qual produzem, até hoje, os emblemáticos digestivos que são servidos mundo afora.
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Chartreuse: um dos licores mais premiados do mundo |
E além de se dirigirem “ao espírito” elas também falam ao coração.
Existem dois processos para a fabricação de licores de qualidade:
Destilação – as frutas, ervas e outros ingredientes são macerados em álcool e a mistura então é destilada.
Este processo é mais usado para especiarias voláteis (hortelã, laranja, tomilho);
Infusão – é o processo de adição de frutas e outras especiarias ao álcool, cujo produto é filtrado e, depois, adocicado.
Os licores mais conhecidos são:
Amaretto (licor com sabor de amêndoas, produzido originalmente na Itália com caroços de abricó.
O amaretto Disaronno vem sendo produzido desde 1525).
Tia Maria (licor de café, à base de rum aromatizado com especiarias típicas da Jamaica).
Cointreau (licor incolor produzido com a casca de pequenas laranjas verdes originárias da ilha de Curaçau, Antilhas Holandesas).
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Destilaria dos monges cartuxos faz Chartreuse |
Chamado de “liqueur de santé” (licor da saúde), quase teve a sua fórmula destruída pela Revolução Francesa.
Mas ela foi salva, ainda uma vez, por um monge.
Composto por álcool, açúcar e 130 plantas, não contém nenhum produto químico e é o único licor verde no mundo, de cor natural).
Quarenta e três (43 ingredientes entram nesse licor espanhol, feito à base de brandy com ligeiro sabor de baunilha).
Drambuie (antigo e famoso licor de uísque, produzido com “highland malt whisky” e mel de urze).
Grand Marnier (licor de laranja do tipo curaçau macerada no conhaque).
Beirão (licor português com base em diversas plantas – entre as quais o eucalipto, a canela, o alecrim e a alfazema – e sementes aromáticas).
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