Interrogada por que só admitia em seu convento damas de alta linhagem, quando o Senhor se rodeara de gente humilde, escreveu Santa Hildegarda:
“Deus vela junto de cada homem para que as classes baixas nunca se elevem sobre as altas, como fizeram outrora Satanás e o primeiro homem, que quiseram exaltar-se acima de seu próprio estado.
“Quem há que guarde num só estábulo todo o seu rebanho, bois e jumentos, ovelhas e carneiros? Por isso devemos velar para que o povo não se apresente todo misturado num só rebanho. De outro modo produzir-se-ia horrorosa depravação dos costumes, e todos se dilacerariam mutuamente, levados pelo ódio recíproco ao ver como as classes altas se rebaixariam ao nível das classes baixas, e estas se alçariam até a altura daquelas.
“Deus divide seu povo sobre a terra em diferentes classes, como no Céu classifica seus anjos em diferentes grupos. Porém Deus ama a todos igualmente”.
(Fonte: Migne, t. 197, col. 336)
A música deve obedecer a regras divinas imutáveis:
“A música conduz a Deus da mesma maneira que a aritmética, pois segundo Santo Agostinho, os números e as proporções sensíveis levam a Deus.
“‘Porque possuem regras imutáveis de modo algum instituídas pelos homens que trasbordam de sagaz engenho’.
“Ora, de onde vêm estas leis imutáveis?
“Não do ser humano que cambia e morre, mas de um Espírito superior eterno e imóvel que é Deus.
“A música humana imita os coros angélicos e constitui uma homenagem agradável a Deus. David está ali para prová-lo. Eliseu procura na música um estímulo para a inspiração profética; o Apocalipse nos abre os Céus e para mostrá-los cheios de cânticos e de música”.
(Fonte: Edgar de Bruyne, “L’esthétique musicale”, Albin Michel, Paris, 1998).
Abade Suger: não poupar arte nem riqueza no culto sagrado
“Nada será suficientemente precioso, belo e esplêndido para conter as Sagradas Espécies.
“Os cristãos no poderiam ornar com pedras preciosas os cálices de ouro que contêm o sangue de Cristo?
“A beleza da casa de Deus deve dar aos fiéis um antegosto da beleza do Céu.
“Por meio do deleite da beleza material, nós podemos ser levados à fruição espiritual da beleza suprema”.
Hugo de São Vítor: a fé é o navio seguro em meio ao naufrágio do mundo
“Todo este mundo é como um dilúvio, porque todas as coisas, à semelhança das águas, correm flutuando por eventos incertos.
“A verdadeira fé não promete coisas transitórias, mas eternas, e levanta a alma por cima das ondas, tirando-a da cobiça deste mundo às coisas do alto.
“Ela pode então ser levada pelas águas, mas não pode ser inteiramente submergida.
“Quem não acredita nas coisas eternas, e só apetece as transitórias, debate-se entre ondas como um náufrago que o ímpeto das águas vai engolindo.
“Quem acredita nas coisas eternas, mas ama as coisas transitórias, afunda perto de um navio.
“Quem crê nos bens eternos e os ama fica dentro do navio e atravessa seguro as ondas do mar revolto.
“Quem, pelo desejo da fé não abandona o navio, ainda que no meio das ondas, imita a estabilidade da terra”.
(Autor: Hugo de São Vitor, “A substância do amor”, Inst. in Decalogum Legis Dominicae)
Cluny: encarnação da Jerusalém celeste
Carta de Alcuíno (730-804) abade de York, ao imperador Carlos Magno:
“Uma nova Atenas será criada por nós na França.
“Uma Atenas mais bela do que a antiga, enobrecida pelos ensinamentos de Cristo superará a sabedoria da Academia.
“Os antigos só têm as disciplinas de Platão como mestre e eles ainda resplandecem inspirados pelas sete artes liberais.
“Mas os nossos serão mais do que enriquecidos sete vezes com a plenitude do Espírito Santo e deixarão na sombra toda a dignidade da sabedoria mundana dos antigos”.
(Fonte: Thomas Woods, “How the Catholic Church built Western Civilization”, Washington, 2005).
São Boaventura (1221-1274), Doutor da Igreja
"Calar-se face aos maus não é mansidão.
"A mansidão vai contra a ira e as fúrias, não para que o homem nunca se encolerize, mas para que o faça onde e quando deve.
"Por isso tem cara de homem e cara de leão.
"Algumas vezes se considera manso o homem que cala enquanto outro peca. Isso não é mansidão!
"Escuta: diz-se de Jesus que "conturbou-se e fez um chicote de cordas".
"Lê-se no Livro Primeiro dos Macabeus: "Infeliz de mim! Por que nasci para ver a ruína de minha pátria e de meus santos?"
"Por onde se vê que Cristo é cordeiro e leão.
São Boaventura (1221-1274), Doutor da Igreja, em Comentários sobre o Hexaemeron - Quinto Comentário, nº 8).Fonte: CATOLICISMO
Beato Urbano II: do sermão da Cruzada (27 -11-1095)
“Ó irmãos amadíssimos, hoje em nós manifestou-se o que o Senhor diz no Evangelho: “Onde dois ou três estarão reunidos em meu nome, Eu estarei no meio deles”.
“Se o Senhor Deus não tivesse inspirado vossos pensamentos, vossa voz não teria sido unânime; foi Deus que inspirou vossos corações.
“Seja, pois, esta vossa voz, o vosso grito de guerra, posto que vem de Deus. Quando fores ao ataque dos belicosos inimigos, seja este o grito unânime de todos os soldados de Deus: “Deus o quer! Deus o quer!”
O nome Remígio significa “pastor que combate” e apaziguador da terra. São Remígio lutou contra o diabo com o escudo da fé, a espada da palavra de Deus e a armadura da esperança.
Sua nascença foi predita por um ermitão cego. Desde cedo, Remígio abandonou o mundo e encerrou-se num claustro. Sua reputação crescia, e quando tinha 22 anos, foi aclamado pelo povo para ser arcebispo de Reims.
Naqueles tempos, Clóvis era rei da França. Ele era pagão. Porém, quando viu vir contra ele um exército incontável de alamanos, ele prometeu que adotaria a fé de Jesus Cristo se obtinha a vitória.
Ele venceu milagrosamente e pediu o batismo a São Remígio. Tendo-se aproximado todos da pia batismal, uma pomba trouxe no bico uma ampola com o óleo para ungir o rei. Esse óleo fica guardado na igreja de Reims até hoje.
São Remígio resplandecente de virtudes, repousou em paz no ano 500 do Senhor.
Santo Agostinho: a beleza das coisas fala da beleza suprema de Deus Criador
“Interroga a beleza da terra,
“interroga a beleza do mar,
“interroga a beleza do ar difundida e diluída.
“Interroga a beleza do céu,
“interroga a ordem das estrelas,
“interroga o sol, que com o seu esplendor ilumina o dia;
“interroga a lua, que com o seu clarão modera as trevas da noite.
“Interroga os animais que se movem na água, que caminham na terra, que voam pelos ares:
“almas que se escondem, corpos que se mostram;
“visível que se faz guiar, invisível que guia.
“Interroga-os!
“Todos te responderão:
“Olha-nos, somos belos!
“A sua beleza fá-los conhecer.
“Quem foi que criou esta beleza mutável, a não ser a Beleza Imutável?”
(Santo Agostinho, Sermo CCXLI, 2: pl 38, 1134).
Maomé e o Corão segundo Santo Tomás de Aquino:
“Maomé seduziu os povos prometendo-lhes deleites carnais. ....
“Introduziu entre as poucas coisas verdadeiras que ensinou muitas fábulas e falsíssimas doutrinas. Não aduziu prodígios sobrenaturais, único testemunho adequado da inspiração divina. ....
“Afirmou que era enviado pelas armas, sinais estes que não faltam a ladrões e tiranos. Desde o início, não acreditaram nele os homens sábios nas coisas divinas e experimentados nestas e nas humanas, mas pessoas incultas, habitantes do deserto, ignorantes de toda doutrina divina. E só mediante a multidão destes, obrigou os demais, pela violência das armas, a aceitar a sua lei.
“Nenhum oráculo divino dos profetas que o precederam dá testemunho dele; ao contrário, ele desfigura totalmente o Antigo e Novo Testamento, tornando-os um relato fantasioso, como o pode confirmar quem examina seus escritos.
“Por isso, proibiu astutamente a seus sequazes a leitura do Antigo e Novo Testamento, para que não percebessem a falsidade dele”.
“Summa contra Gentiles”, L. I, c. 6.
Godofredo de Bouillon
Os infiéis, tomados de espanto (devido às vitórias dos francos) nada melhor acharam para fazer do que mandar uma embaixada de Ascalom, de Cesareia e de Tolemaida, a Godofredo, para saudá-lo da parte daquelas cidades. A mensagem estava assim redigida:
“O Emir de Ascalom, o Emir de Cesareia e o Emir de Tolemaida ao Duque Godofredo e a todos os outros, saudação. Nós te suplicamos, mui glorioso duque e muito magnífico, que, por tua vontade, nossos cidadãos possam sair para seus negócios em paz e segurança. Nós te mandamos dez bons cavalos e três boas mulas, e todos os meses te oferecemos, a título de tributo, cinco mil bizantinos”.
O Rei de Jerusalém levou suas armas vitoriosas além do Líbano, até os muros de Damasco; ele fez ao mesmo tempo várias outras incursões na Arábia, de onde voltava sempre com um grande número de escravos, cavalos e camelos.
Sua fama estendia-se cada vez mais: comparavam-no a Judas Macabeu pelo valor; a Sansão pela força de seu braço, e a Salomão pela sabedoria de seus conselhos.
Os francos que haviam ficado com ele abençoavam seu reinado e sob sua dominação paterna eles esqueciam até sua antiga pátria.
Godofredo exalou seu último suspiro a 17 de julho, um ano depois da tomada de Jerusalém. Alguns historiadores deram-lhe o título de rei, outros chamaram-no de duque cristianíssimo.
No reino que tinha fundado, ele era freqüentemente proposto como modelo aos príncipes e aos guerreiros.
Seu nome lembra ainda hoje as virtudes de tempos heróicos e deve viver entre os homens tanto quanto a lembrança das cruzadas.
Foi sepultado ao pé do Calvário.
Fonte: Joseph-François Michaud – “História das Cruzadas”
Como São Francisco domesticou as rolas selvagens
Um jovem havia apanhado um dia muitas rolas e levava-as a vender. Encontrando-o São Francisco, o qual sempre sentia singular piedade pelos animais mansos, olhando com os olhos piedosos aquelas rolas, disse ao jovem:
“Ó bom moço, peço-te que mas dês, para que passarinhos tão inocentes, os quais são comparados na santa Escritura às almas castas e humildes e fiéis, não caiam nas mãos de cruéis que os matem”.
De repente aquele, inspirado por Deus, deu-as todas a São Francisco; e ele recebendo-as no regaço, começou a falar-lhes docemente: “Ó irmãs minhas, rolas simples e inocentes e castas, por que vos deixastes apanhar? Agora quero livrar-vos da morte e fazer-vos ninhos, para que deis frutos e vos multipliqueis, conforme o mandamento do vosso Criador”.
E vai São Francisco e para todas fez ninhos. E elas, usando-os, começaram a pôr ovos e criar os filhos diante dos frades: e assim domesticamente viviam e tratavam com São Francisco e com os outros frades, como se fossem galinhas sempre criadas por eles. E dali não se foram enquanto São Francisco com sua bênção não lhes deu licença de partir.
E ao moço que lhas havia dado, disse São Francisco: “Filho, ainda serás frade nesta Ordem e servirás graciosamente a Jesus Cristo”. E assim foi; porque o dito jovem se fez frade e viveu na Ordem com grande santidade.
Em louvor de Cristo. Amém.
Um ardil de Filipe Augusto
Um bailio de Filipe Augusto, Rei de França, cobiçava a terra deixada por um cavaleiro morto. Uma noite, em presença de dois carregadores que ele tinha pago, fez com que o morto fosse desenterrado, perguntou se queria vender sua terra e propôs-lhe um preço.
Naturalmente, o defunto nem se mexeu. Quem cala, consente. Em seguida, algumas moedas foram postas em suas mãos, e o defunto recolocado em seu caixão.
Com grande espanto, a viúva viu seus domínios usurpados e se dirigiu ao rei. Convocado, o bailio compareceu ladeado por suas duas testemunhas, que atestavam a realidade da venda.
Filipe Augusto percebeu que era trapaça. Levou para um canto um dos carregadores e lhe disse em voz baixa:
— Recita-me no ouvido o Padre-nosso.
Concluída a oração, o rei exclamou em alta voz:
— Muito bem!
O segundo carregador foi também convocado. Convencido de que seu companheiro denunciara a tramóia, apressou-se a dizer o que sabia. O bailio foi condenado.
(Funck-Brentano, "Ce qu’était un Roi de France")
Santo Anselmo de Cantuária: Deus castiga com justiça e com justiça também perdoa
É justo, também, que tu castigues os maus. Haverá, pois, algo mais justo do que os bons receberem o bem e os maus o castigo?
Como, então, pode ser justo ao mesmo tempo que tu castigues os maus e lhes perdoes? Ou será que, sob certo aspecto, tu castigas os maus com justiça e, sob outro, lhes perdoas, igualmente, com justiça?
Com efeito, é justo que tu castigues os maus, pois o mereceram; mas é, também, justo que lhes perdoes, não em virtude dos méritos que eles não têm, e sim porque isso condiz com a tua bondade.
Ao perdoares aos maus, tu és justo em relação a ti mesmo, não a nós, assim como és misericordioso em relação a nós, e não a ti.
(Fonte: Santo Anselmo (1033-1109), “Proslogio”, Abril, São Paulo, 1973.)
Direto em seu email
São Tomás de Aquino e a pena de morte para os hereges
"É muito mais grave corromper a Fé, pela qual a alma vive, do que falsificar o dinheiro, por meio do qual se conserva a vida temporal.
"De onde, se os falsários ou outros malfeitores são sem demora e justamente condenados à morte pelos príncipes seculares, com muito maior razão os heréticos, tão logo convencidos de heresia, podem não apenas ser excomungados, mas também e com justiça, mortos. "Da parte da Igreja, porém, há misericórdia para a conversão dos que erram.
"E por isso Ela não condena imediatamente, mas só após uma primeira e segunda correção, como ensina o Apóstolo (Tit. 3, 10).
"Depois, todavia, se o herege ainda se mostra pertinaz, a Igreja, já não tendo esperança de sua conversão, provê a salvação dos outros, separando-o da Igreja por sentença de excomunhão, e em seguida abandona-o ao juiz secular, para ser morto."
(Fonte: S. Tomás de Aquino, Suma Teológica - IIa.IIae,q.11,a.3,c)
São Bento ressuscita um morto
“Certa ocasião, chegou ao mosteiro um rude camponês levando nos braços o corpo de seu filho morto, chorando amargamente e perguntando pelo venerável Bento. Nem bem o avistou, o infeliz pai começou a gritar: ‘Ele morreu; vem e ressuscita-o’.
“Ouvindo isso, o servo de Deus entristeceu-se muito, mas disse: ‘coisas dessas não cabem a nós, antes são próprias de santos Apóstolos.’ Mas o infeliz, persistia em seu pedido, jurando que não iria embora enquanto ele não lhe ressuscitasse o filho.
“Então o servo de Deus inclinou-se sobre o menino, ergueu as mãos ao Céu e disse: ‘Senhor, não olhes os meus pecados, mas a fé deste homem que pede que se lhe ressuscite o filho, e faz voltar a este corpinho a alma que dele quisestes levar’. Mal havia acabado de orar e voltou a alma ao corpo do menino. Bento, então, o devolveu vivo e incólume ao pai.”
(Pe. Bruno Avila OSB, “Vida de San Benito”, Ed S.Benito, Buenos Aires, 1956).
Oração a São Luiz Rei, do condestável Bertrand du Guesclin:
“Conservai-me puro como o lírio de vosso brasão!
Vós que mantínheis vossa palavra mesmo dada ao infiel, fazei que jamais mentira passe por minha boca, ainda que a franqueza devesse me custar a vida.
Óh! homem de proezas, incapaz de recuos, cortai as pontes para os meus fingimentos e que eu caminhe sempre para o ponto mais duro do combate”.
Amém.
Foto: Bertrand du Guesclin, estátua em Châteauneuf de Randon.
São Tomás de Aquino defende a necessidade da desigualdade e da hierarquia social
A sociedade não nasceu para ser uma massa em que todos sejam iguais. Afirmar que o máximo bem da sociedade consiste no máximo nivelamento é destruir a sociedade (Livro II, lição 1).
É necessário que existam desigualdades entre os membros da sociedade. É necessário que uns governem e outros lhes estejam sujeitos (Livro I, lição 1).
A sociedade humana não somente deve ser composta de muitos homens, mas é preciso que estes sejam de diversas categorias, isto é, que pertençam a diversas classes sociais. Pois com homens que são totalmente iguais do ponto de vista social não se constrói uma sociedade, dado que a sociedade é uma coisa totalmente diversa de uma multidão congregada para fazer a guerra. Esta última vale somente pela quantidade numérica, não importando se todos são da mesma classe, pois foram reunidos para somar suas forças, como sucede quando se quer movimentar um grande peso: quanto maior é o número dos homens, maior é o peso que conseguem arrastar.
Verificamos que as coisas perfeitas que existem na natureza estão constituídas por partes de espécies diversas. Por exemplo, o homem está feito de carne, ossos e nervos. Por isso mesmo é evidente que, dado que a sociedade é um todo perfeito, é necessário que esteja composta por partes de espécies desiguais. Se se elimina a desigualdade dos cidadãos, deixará de existir a sociedade. A sociedade atenderá mais satisfatoriamente as necessidades dos seus membros quanto mais variadas forem as desigualdades entre os homens que a compõem (Livro II, lição 1).
Onde foi permitido que qualquer um vendesse inconsideradamente o apanágio familiar, aconteceu que muitos inferiores que deviam obedecer se enriqueceram e subiram aos postos mais altos, enquanto os que deviam dirigir a sociedade decaíram. Daí adveio a confusão entre as classes sociais, que foi a causa de os governantes não serem escolhidos entre os cidadãos mais dignos para isso (Livro II, lição VII).
(S. Tomás de Aquino, “In Libros Politicorum Aristotelis Expositio” - Marietti, Turim, 1951)
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Os falsos mitos sobre a Idade Média refutados um a um
Primeiro mito: Uma sociedade concebida segundo os princípios católicos é utopia.Veja a refutação.
Segundo mito: Na Idade Média o regime era de opressão. Veja a refutação.
Terceiro mito: A Igreja é o ópio do povo. Ela manteve o regime feudal para fruir de vantagens mesquinhas. Veja a refutação.
Quarto mito: Na Idade Média havia regime de escravidão. Veja a refutação.
Quinto mito: A Idade Média foi a “noite de mil anos”, em que a cultura desapareceu. Veja a refutação.
Sexto mito: Na Idade Média a ciência ficou estagnada, e não houve progresso técnico. Veja a refutação.
Leão XIII: na Idade Média a filosofia do Evangelho governava os Estados
“Tempo houve em que a filosofia do Evangelho governava os Estados.
“Nessa época, a influência da sabedoria cristã e a sua virtude divina penetravam as leis, as instituições, os costumes dos povos, todas as categorias e todas as relações da sociedade civil.
“Então a Religião instituída por Jesus Cristo, solidamente estabelecida no grau de dignidade que lhe é devido, em toda parte era florescente, graças ao favor dos Príncipes e à proteção legítima dos Magistrados.
“Então o Sacerdócio e o Império estavam ligados entre si por uma feliz concórdia e pela permuta amistosa de bons ofícios.
“Organizada assim, a sociedade civil deu frutos superiores a toda a expectativa, cuja memória subsiste e subsistirá, consignada como está em inúmeros documentos que artifício algum dos adversários poderá corromper ou obscurecer”.
(Fonte: S.S. Leão XIII, Encíclica “Immortale Dei”, de 1º-XI-1885, "Bonne Presse", Paris, vol. II, p. 39).
Leão XIII: a Civilização Cristã realizou o ideal de perfeição social
Operada a Redenção e fundada a Igreja, “como que despertando de antiga, longa e mortal letargia, o homem percebeu a luz da verdade, que tinha procurado e desejado em vão durante tantos séculos; reconheceu sobretudo que tinha nascido para bens muito mais altos e muito mais magníficos do que os bens frágeis e perecíveis que são atingidos pelos sentidos, e em torno dos quais tinha até então circunscrito seus pensamentos e suas preocupações.
“Compreendeu ele que toda a constituição da vida humana, a lei suprema, o fim a que tudo se deve sujeitar, é que, vindos de Deus, um dia devamos retornar a Ele.
“Desta fonte, sobre este fundamento, viu-se renascer a consciência da dignidade humana; o sentimento de que a fraternidade social é necessária fez então pulsar os corações; em conseqüência, os direitos e deveres atingiram sua perfeição, ou se fixaram integralmente, e, ao mesmo tempo, em diversos pontos, se expandiram virtudes tais, como a filosofia dos antigos sequer pôde jamais imaginar.
“Por isto, os desígnios dos homens, a conduta da vida, os costumes tomaram outro rumo. E, quando o conhecimento do Redentor se espalhou ao longe, quando sua virtude penetrou até os veios íntimos da sociedade, dissipando as trevas e os vícios da antigüidade, então se operou aquela transformação que, na era da Civilização Cristã, mudou inteiramente a face da terra”.
Leão XIII Encíclica “Tametsi futura prospiscientibus”, I-XI-1900.
São Pio X: a Civilização é tanto mais fecunda, quanto mais cristã
“A civilização do mundo é a Civilização Cristã, tanto mais verdadeira, mais duradoura, mais fecunda em frutos preciosos, quanto é mais autenticamente cristã”.
Encíclica “Il fermo proposito”, ASS, vol. 37 (1905) p. 745.
Pio XII: a Idade Média foi uma era de admirável devoção a Nossa Senhora
“A Idade Média, que, notadamente com São Bernardo, cantou a glória de Maria e lhe celebrou os mistérios, viu a admirável eflorescência das vossas catedrais dedicadas a Nossa Senhora: Le Puy, Reims, Amiens, Paris e tantas outras...
“Essa glória da Imaculada anunciam-na elas de longe pelas suas flechas esbeltas, fazem-na resplandecer na pura luz dos seus vitrais e na harmoniosa beleza das suas estátuas; atestam elas sobretudo a fé de um povo a se alçar acima de si mesmo num surto magnífico, para erguer no céu da França a homenagem permanente da sua piedade mariana.
“Nas cidades e nos campos, no topo das colinas ou dominando o mar, os santuários consagrados a Maria humildes capelas ou esplêndidas basílicas cobriram pouco a pouco o país com a sua sombra tutelar.
“Neles, príncipes, pastores e fiéis inúmeros afluíram, ao longo dos séculos, para a Virgem santa, a quem saudaram com os títulos mais expressivos da sua confiança ou da sua gratidão.
“Admirável ladainha de invocações, cuja enumeração jamais acabada narra, de província em província, os benefícios que a Mãe de Deus tem derramado, no correr dos tempos, sobre a terra da França.”
Carta Encíclica “Le Pelèrinage de Lourdes”, 2 de julho de 1957
João Paulo II: a civilização européia é filha da Idade Média
“Nós somos ainda os herdeiros de longos séculos nos quais se formou na Europa uma Civilização inspirada pelo cristianismo. (...) Na Idade Média, com certa coesão do continente inteiro, a Europa constrói uma Civilização luminosa da qual permanecem muitos testemunhos”
(Discurso à CEE, Bruxelas, 21-5-1985)
Bento XVI: Idade Média, idade de fé profunda que inspirou as mais altas obras de arte e civilização
“A fé cristã, profundamente arraigada nos homens e nas mulheres destes séculos, não deu origem somente a obras-primas da literatura teológica, do pensamento e da fé.
Ela inspirou também uma das criações artísticas mais elevadas da civilização universal: as catedrais, verdadeira glória da Idade Média cristã.
Com efeito, durante cerca de três séculos, a partir do início do século XI, assistiu-se na Europa a um ardor artístico extraordinário.
Vários fatores contribuíram para este renascimento da arquitetura religiosa. Em primeiro lugar, condições históricas mais favoráveis, como uma maior segurança política, acompanhada por um aumento constante da população e pelo progressivo desenvolvimento das cidades, dos intercâmbios e da riqueza.
Porém, foi principalmente graças ao ardor e ao zelo espiritual do monaquismo em plena expansão que foram construídas igrejas abaciais, onde a liturgia podia ser celebrada com dignidade e solenidade, e os fiéis podiam deter-se em oração, atraídos pela veneração das relíquias dos santos, meta de peregrinações incessantes.
(S.S. Bento XVI, Audiência Geral de 18.11. 2009).
São Pio X: trata-se de restaurar incessantemente a Civilização Cristã
“Não se deve inventar a Civilização, nem se deve construir nas nuvens a nova sociedade. Ela existiu e existe: é a Civilização Cristã, é a sociedade católica. Não se trata senão de a instaurar e restaurar incessantemente nas suas bases naturais e divinas, contra os ataques sempre renascentes da utopia malsã, da revolta e da impiedade: Omnia instaurare in Christo (Ef. I, 10)”.
Carta Apostólica “Notre Charge Apostolique”, 25-8-1910, p. 612.
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Jacques Heers, prof. da Sorbonne: lenda revolucionária denigra Idade Média
“Na visão da Idade Média divulgada pelos historiadores e escritores de dois séculos para cá, medieval, feudal, senhorial constituem, ainda mesmo em nossos dias, insultos ou injúrias, como resultado de uma legenda urdida a partir do século XVIII e sabiamente orquestrada pelos revolucionários franceses de 1789, pelos bonzos da História e, sobretudo pelos mestres do ensino público”.
Jacques Heers, diretor do Departamento de Estudos Medievais da Universidade de Paris-Sorbonne IV, “Le Moyen Age, une Imposture - Vérités et Légendes” , Perrin, Paris, 1993.
Prof. Roberto de Mattei: a “lenda negra” sobre a Idade Média ruiu definitivamente
“A ‘lenda negra’ sobre a Idade Média, que a historiografia marxista relançara, ruiu definitivamente e nenhum historiador sério aceitaria hoje considerar a Idade Média como um parênteses de barbárie negra.
“A expressão Idade Média perdeu qualquer caracterização semântica de sinal negativo, para indicar simplesmente a época histórica em que toda a sociedade, nas suas instituições, leis e costumes, se deixou plasmar pela Igreja Católica.
“Por isso, Bento XV define a Europa medieval como uma Civilização homogénea, dirigida pela Igreja, e Pio XII afirma que ‘é justo reconhecer à Idade Média e à sua mentalidade uma nota de autêntica catolicidade: a certeza indiscutível de que a religião e a vida formam, na unidade, um todo indissolúvel’”.
“O Cruzado do Século XX”, editora Civilização, 1996, cap. IV, nº2.
Prof. Rodney Stark: o mito da “Idade Média ‒ Era das Trevas” não resiste mais à crítica
“A idéia de que a Europa caiu na Era das Trevas é um boato espalhado por intelectuais anti-religiosos, amarguradamente anti-católicos do século XVIII que estavam decididos a afirmar a superioridade cultural do seu próprio tempo, e que engrossavam sua pretensão denegrindo os séculos passados como — nas palavras de Voltaire — uma época em que a "barbárie, a superstição e a ignorância cobriram a face do mundo."
“Afirmações como essas foram repetidas tão freqüentemente e tão unanimemente que, até muito recentemente, dicionários e enciclopédias aceitaram a "Era das Trevas" como um fato histórico.
“Alguns escritores até pareciam sugerir que o povo vivendo, digamos, no século IX, descrevia seu próprio tempo como sendo de atraso e superstição.
“Afortunadamente, nos últimos anos estes pontos de vista ficaram tão completamente desacreditados que até alguns dicionários e enciclopédias começaram a se referir à noção de "Era das Trevas" como sendo um mito.”
(Fonte: Rodney Stark, “A Vitória da Razão”, Random House, New York, 2005).
Plinio Corrêa de Oliveira e a cavalaria
A cavalaria é uma fraternidade de almas cheias de lealdade e de honra. (29/5/74).
A cavalaria era uma grande fraternidade universal de homens que queriam a luta pela Igreja Católica. Eles queriam realizar um certo tipo humano, e eram movidos por um certo espírito comum. (8/4/73).
Cavaleiro é o homem que passa pelo caminho terrível do sacrifício por um fim superior.
A história das Ordens de Cavalaria foi a síntese da História da Idade Média.
Vitorioso no auge da catástrofe: nessa definição a palavra cavaleiro toma seu significado.
No Brasil, “néscios” ainda reptem “tolices” como a “Idade Média tempo de ignorância e barbárie"
“No Brasil, a Idade Média ainda é citada por muitos néscios como um tempo de ignorância e barbárie, um tempo vazio, um tempo em que a Igreja escondeu os conhecimentos que naufragaram com o fim do Império Romano para dominar o “povo”.
“Nesse movimento consciente e ideológico em direção às trevas, o clero teve como aliado principal a nobreza feudal.
“Juntos, nobreza e clero governaram com coturnos sinistros e malévolos todo o ocidente medieval, que permaneceu assim envolto em uma escuridão de mil anos, soterrado, amedrontado e preso a terra num trabalho servil humilhante.
“Quem ainda acredita piamente nesse amontoado de tolices ...”
(Fonte: Ricardo da Costa, Prof. Adjunto de História Medieval da Universidade Federal do Espírito Santo).
De Mattei: espírito anti-católico forjou a falsa “lenda negra” sobre a Idade Média
A origem da expressão Idade Média e do respectivo conceito liga-se a uma visão historiográfica que pretendia caracterizar todo um milénio de História ocidental como uma longa "noite", tenebroso parênteses entre a "luz" do mundo pagão e o "renascimento" da idade moderna; tal concepção, já presente em Petrarca e no humanismo italiano, seria adpotada pelos iluministas no século XVIII.
Desta forma, como observa Eugénio Garin, "O contraste entre idade escura e renascimento iluminante alimentaria uma polémica de quase quatro centúrias, do século XIV ao XVIII, ligando de forma ideal o Humanismo ao Iluminismo".
Toda a sociedade medieval se conformava harmonicamente com a ordem natural estabelecida pelo próprio Deus ao criar o universo e com a ordem sobrenatural inaugurada com a Redenção e inspirada pela Igreja. Esta foi a grande civilização que emergiu lenta mas vigorosamente do caos da era bárbara, sob o influxo das energias naturais e sobrenaturais dos povos baptizados e ordenados a Cristo.
“A conversão dos povos ocidentais –escreveu Plínio Corrêa de Oliveira– não foi um fenómeno de superfície. O germen da vida sobrenatural penetrou no proprio âmago da sua alma, e foi paulatinamente configurando à semelhança de Nosso Senhor Jesus Cristo o espírito outrora rude, lascivo e supersticioso das tribos bárbaras. A sociedade sobrenatural –a Igreja– estendeu assim sobre toda a Europa a sua contextura hierárquica, e desde as brumas da Escócia até às encostas do Vesúvio foram florindo as dioceses, os mosteiros, as igrejas catedrais, conventuais ou paroquiais, e, em torno delas, os rebanhos de Cristo. (...) Nasceram por essas energias humanas vitalizadas pela graça, os reinos e as estirpes fidalgas, os costumes corteses e as leis justas, as corporações e a cavalaria, a escolástica e as universidades, o estilo gótico e o canto dos menestreis”.
“O Cruzado do Século XX”, editora Civilização, 1996, cap. IV, nº2.
Causas da crise medieval e da decadência do mundo segundo os Papas
Quais foram as causas da decadência da civilização medieval? Leão XIII na Encíclica Immortale Dei escreve que "o funesto e deplorável espírito de novidade suscitado no século XVI, começou por convulsionar a religião, passou depois naturalmente desta ao campo filosófico, e em seguida a todas as ordens do Estado".
O âmbito religioso, juntamente com o intelectual e o político-social, são os três campos atingidos pelo processo de dissolução que o Papa denomina "Direito novo".
Trata-se de um "inimigo" declarado da Igreja e da Cristandade, o qual por sua vez foi descrito por Pio XII nos seguintes termos:
“Ele encontra-se em toda a parte e no meio de todos: sabe ser violento e astuto. Nestes últimos séculos tentou realizar a desagregação intelectual, moral e social da unidade no organismo misterioso de Cristo. Ele quis a natureza sem a graça, a razão sem a fé; a liberdade sem a autoridade; às vezes a autoridade sem a liberdade. É um "inimigo" que se tornou cada vez mais concreto, com uma ausência de escrúpulos que ainda surpreende: Cristo sim, a Igreja não! Depois: Deus sim, Cristo não! Finalmente o grito ímpio: Deus está morto; e, até, Deus jamais existiu. E eis, agora, a tentativa de edificar a estrutura do mundo sobre bases que não hesitamos em indicar como principais responsáveis pela ameaça que pesa sobre a humanidade: uma economia sem Deus, um direito sem Deus, uma política sem Deus”. (Pio XII, Discurso “Nel contemplare”, 12-10-1952, Discorsi e Radiomessaggi, vol. XIV, p. 359.)
“Embora a beleza se torne realidade perfeitamente nas criaturas de vários e múltiplos modos, a beleza delas consiste principalmente em quatro: na posição, no movimento, no aspecto e na qualide. E se uma pessoa estivesse em condições de observá-los profundamente, descobririra neles a admirável luz da sabedoria divina.
“Pudesse eu ser capaz de considerá-los tão finamente e descrevê-los com tanta competência, como me é possível amá-los ardentemente!
“Enche-me de alegria tratar freqüentemente de estas cosas, porque é doce e deleitável: deste modo é possível ir atingindo a perfeição também com a sensibilidade, e então o espírito se regozija juntamente e se suscitam atos de caridade sempre mais fervorosos.
“Por isso acontece que ficamos admirados e exclamamos cheios de maravilhamento junto com o salmista: “Oh quão grandes são tuas obras, Senhor Deus! Fizeste toda coisa com sabedoria!””
Fonte: livro “Os três dias da invisível luz. A união do corpo e do espírito”
Nosso Senhor a Santa Catarina de Siena, sobre as práticas homossexuais
"Esses infelizes .... caem no vício contra a natureza.
"São cegos e estúpidos, cuja inteligência obnubilada não percebe a baixeza em que vivem.
"Desagrada-me esse último pecado, pois sou a pureza eterna.
"Ele me é tão abominável que somente por sua causa fiz desaparecer cinco cidades (cfr. Sab. 10, 6).
"Minha justiça não mais consegue suportá-lo.
"Esse pecado, aliás, não desagrada somente a mim. É insuportável aos próprios demônios, que são tidos como patrões por aqueles infelizes ministros. Os demônios não toleram esse pecado. Não porque desejam a virtude; por sua origem angélica, recusam-se a ver tão hediondo vício.
"Eles atiram as flechas envenenadas de concupiscência, mas voltam-se no momento em que o pecado é cometido.
(Fonte: “O Diálogo”: Edições Paulinas, 1984, pp. 259-260)." Fonte: "Catolicismo".
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