domingo, 26 de setembro de 2021

A Luz de Cristo e o charme da Idade Média

Jesus Cristo, San Paolo fuori le mura, Roma

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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diversos blogs







Na cerimônia da madrugada da Ressurreição, no jardim tirava-se fogo do atrito da pedra e acendia-se o círio pascal.

Porque assim como Nosso Senhor Jesus Cristo deu vida a seu próprio cadáver, assim da fricção de matérias inertes como as pedras nasce uma chama viva para acender o círio pascal.

Então, na noite, no crepúsculo, nas trevas, é acesa uma luz: é Nosso Senhor Jesus Cristo que ressuscita!

Acende-se o círio pascal e o padre entra com uma vela acesa na igreja e canta três vezes Lumen Christi. As velas vão se acendendo e daí a pouco a igreja está toda iluminada pelo círio pascal.

Essa expressão Lumen Christi ficou-me como imensamente bonita e nobre, querendo dizer mil coisas.

O que é que vem a ser especificamente a Luz de Cristo, ou Lumen Christi?

domingo, 19 de setembro de 2021

A gruta de São Bento: ponto de partida da Cristandade medieval

Subiaco, panorama desde a Santa Gruta

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Onde e quando nasceu a Cristandade medieval? Quem foi o fundador?

A resposta é paradoxal. Foi numa gruta. E o fundador foi um ermitão isolado.

Um jovem nobre romano que fugiu da imoralidade e da decadência de Roma.

Sim, da Roma que em poucos anos haveria de ser afogada no sangue e no fogo.

Foi o grande São Bento, o Patriarca de Ocidente, a grande alma que deu o ponto de partida da imensa ordem medieval, justa e sacral.

São Bento acabou fundando a Ordem Beneditina, que subsiste até hoje nos seus vários ramos e famílias espirituais. Em torno dos mosteiros beneditinos foram se aglutinando os restos do naufrágio do Império Romano e, também, bandos de bárbaros apenas aculturados.

domingo, 12 de setembro de 2021

Othon I e os problemas no Sacro Império derivados das diversidades étnicas

Othon I com o Papa João XII
Othon I com o Papa João XII
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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continuação do post anterior: Othon I restaurador do Sacro Império



A noção do Sacro Império Romano Alemão se nos apresenta de um modo feudal. É o conglomerado de reinos que estão debaixo da dependência do imperador sagrado pelo Papa. Assim como temos o rei acima dos duques, acabamos tendo o imperador acima dos reis.

Othon era imperador e rei. Mas juridicamente e teoricamente alguém podia ser imperador sem ser rei.

Sobre este Império pairou desde logo uma ambigüidade. Essa ambigüidade deu origem a polêmicas, a discussões em que os espíritos se rebelavam muito.

Primeiro problema: o Sacro Império abrangia só os povos de nação alemã? Seu título faz pensar nisto, mas o próprio título traz uma contradição: romano. Se é romano não se pode dizer que seja da nação alemã.

domingo, 5 de setembro de 2021

Othon I restaurador do Sacro Império

Coroa imperial de Carlos Magno, usada por Othon I
Coroa imperial de Carlos Magno, usada por Othon I
Luis Dufaur
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continuação do post anterior: Othon I, o Grande, restaurador da obra de Carlos Magno



Othon I, segundo os contemporâneos, era um homem grande, de estatura impressionante, de olhos sempre em movimento. Seus olhos estavam constantemente observando todas as coisas.

Logo que subiu ao trono ele encontrou revoltados contra ele e lhe disputando a coroa, o irmão mais velho e o irmão mais moço.

Para resolver a briga, reuniram-se os representantes nobres de toda a nação alemã e decidiram, por eleição, que Othon deveria ser o imperador.

A coroação e unção dele como imperador se deu em Aix-la-Chapelle no ano de 938.