domingo, 29 de novembro de 2020

A luz fugidia dos vitrais falando de Deus
como nenhuma outra coisa consegue

Luz de um vitral batendo na pedra do chão
Luz de um vitral batendo na pedra do chão
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






A luz da graça que desceu no começo da construção da Cristandade foi se definindo à medida em que ia tomando conta a Civilização Cristã nascente.

E os artistas e o povo iam se enchendo cada vez mais dessa luz.

Por isso se podia dizer de muito católico medieval aquilo que por excelência se diz dos santos: “Ele é luz”.

Poderia se dizer: “A luz se chama fulano”.

domingo, 22 de novembro de 2020

Catedrais: resumo simbólico da ordem do universo

Notre Dame
Notre Dame

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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política internacional,
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A Igreja inspirou as grandes catedrais. Na foto, vemos a abside de Catedral de Notre-Dame. É uma verdadeira joia!

A gente não sabe por onde esta catedral é mais bela!

A gente poderia dizer dela, utilizando uma palavra da Escritura, que ela é o edifício de uma beleza perfeita, alegria do mundo inteiro!

Se isto não é bonito, não há beleza na terra!

E o vitral da catedral, também.

Uma renda de pedra, uma sinfonia de cores, inspirada pelo clero.

Nos vitrais se representavam os fatos fundamentais da História Sagrada, do Antigo e do Novo Testamento, a Vida, Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo e a vida dos santos.

Na grande rosácea da fachada é representado o Apocalipse.

Jesus Cristo está no centro, na sua segunda vinda como Juiz triunfante, e em volta d’Ele estão os justos e os símbolos de que fala o livro que encerra a Bíblia.

domingo, 15 de novembro de 2020

O “homem Sainte-Chapelle”: Jesus Cristo, modelo perfeito

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
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Antes da Revolução e da confusão atual, havia na Igreja uma coisa curiosa.

Contemplando uma igreja, viam-se primeiro as várias partes, das quais depois se desprendia uma impressão de conjunto.

Por exemplo, na Sainte-Chapelle veem-se em primeiro lugar as várias formas, vitrais, colunas, imagens, cores, paredes etc.

Porém, em certo momento desprende-se de tudo uma impressão única que produz uma ressonância na nossa alma e nos faz exclamar: igreja é isso!

O mais íntimo de nossa alma encontra nela sua realização: uma antecâmara do Céu para a qual fomos feitos, para a qual nascemos e a qual queremos.

A alma do católico que quer ser inteiramente fiel procura instintivamente um homem que represente o espírito da Igreja para entrar em consonância com ele. 

A alma desse homem lembra a Sainte-Chapelle. Ele é um “homem Sainte-Chapelle”, que deve ser contemplado como tal.

Os fiéis chamados a participar da vocação desse homem devem saber contemplá-lo e entender que devem ser como ele, têm de o contemplar para poderem elevar-se à sua altura.

domingo, 8 de novembro de 2020

Como os homens puderam esquecer o gótico durante séculos?

Catedral de Siena, Itália
Catedral de Siena, Itália
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Diante da beleza, da sacralidade e da superioridade por exemplo, da catedral de Orvieto, pode-se perguntar como foi possível que as almas que geraram um estilo tão sublime foram ficando insensíveis a ele, e durante séculos deixaram de construir edifícios desse gênero.

Mais ainda: construíram incontáveis igrejas, mosteiros, abadias, edifícios públicos, residências particulares em estilo clássico, com o surradíssimo arco em semicírculo ou com a surradíssima linha reta dos pórticos clássicos.

Mas jamais, jamais, jamais o gótico. Ele ficou posto de lado durante séculos.

Por exemplo, o pintor Rafael representou anjos revelando incontestável talento, mas também uma falta de discernimento, de bom gosto em vários aspectos, de chocar.

Por que esse homem fez tantas representações angélicas que parecem ignorar completamente os anjos de Fra Angélico? 

domingo, 1 de novembro de 2020

O ensino medieval mudou a história do mundo

Professor medieval dá aula sentado na cátedra para meninos
Professor medieval dá aula sentado na cátedra para jovens
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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O professor está sentado na cátedra. Embaixo estão os alunos. Parece que são alunos frades, porque estão tonsurados, sentados em bancos e estudando.

Muitas vezes as escolas eram nos mosteiros e o ensino era gratuito.

Alcuíno, abade de York, espécie de ministro de Educação do imperador Carlos Magno, dispôs que todas as dioceses, abadias e paróquias deveriam montar escolas gratuitas e fornecer até vestimenta e refeições aos alunos, com interdição formal de receber qualquer forma de pagamento.

As próprias Universidades, que foram criadas pela Igreja na Idade Média, eram inteiramente gratuitas, podendo o aluno trocar livremente de uma para outra.

Por exemplo, podia trocar de Oxford, na Inglaterra, para Coimbra, em Portugal, ou Bolonha, na Itália, se achava bom em função da reputação do ensino e dos professores.

O ensino universitário em toda Europa era em latim, fato que facilitava essa assombrosa mobilidade.

Em geral, professores e alunos eram plebeus. Os nobres eram guerreiros.

Os senhores vêem a dignidade da cátedra, um verdadeiro trono.