terça-feira, 29 de setembro de 2020

São Miguel Arcanjo: Príncipe da Milícia celeste, poderoso escudo contra a ação diabólica

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Comemora-se a 29 de setembro a festa do glorioso São Miguel, cuja invicta combatividade em defesa do Deus onipotente é assim descrita no Apocalipse:

“Houve uma batalha no Céu: Miguel e os seus Anjos guerrearam contra o Dragão.

“O Dragão batalhou, juntamente com os seus Anjos, mas foi derrotado e não se encontrou mais um lugar para eles no Céu” (Apoc. 12, 7-8).

A devoção ao Príncipe das Milícias Celestes atingiu um desenvolvimento extraordinário na Idade Média. Essa forma de devoção marca ainda todas as modalidades de culto ao chefe das legiões angélicas.

Entre os inúmeros santuários a ele dedicados destaca-se o do Monte Saint-Michel uma das maravilhas do mundo.

Entretanto, ele já era reverenciado no Antigo Testamento.

O Profeta Daniel refere-se a São Miguel nos seguintes termos:

“Naquele tempo, surgirá Miguel, o grande Príncipe, constituído defensor dos filhos do seu povo [isto é, o povo fiel católico, herdeiro, no Novo Testamento, do povo de Israel], e será tempo de angústia como jamais houve” (Dan. 12, 1).

domingo, 27 de setembro de 2020

Idade Média: ingenuidade
ou entendimento superior das coisas?

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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O famoso escritor e educador do século XIX Charles de Montalembert, Par da França, deixou luminosas páginas relativas à Idade Média e as deturpações dessa era histórica por parte dos autores liberais com os quais, alias, partilhava muitas ideias. Eis uma dessas páginas, por exemplo:

Na Idade Média os homens de ciência estudavam a natureza com o cuidado escrupuloso que os católicos deveriam colocar no estudo das obras de Deus.

Não faziam dela um corpo sem vida superior, nela procuravam sempre relações misteriosas com os deveres e crenças do homem remido pelo seu Salvador; viam nos costumes dos animais, nos fenômenos das plantas, no canto dos pássaros ou nas propriedades das pedras preciosas, outros tantos símbolos de verdades consagradas pela fé.

As pedantes nomenclaturas não tinham ainda invadido e conspurcado o mundo reconquistado para o Verdadeiro Deus pela Igreja.

Ia-se, na noite de Natal, anunciar às árvores das florestas a chegada do Salvador. “Aperiatur terra et germinet Salvatorem”. A terra, em retribuição deveria produzir rosas onde o homem derramasse sangue, e lírio onde caíssem lágrimas...

domingo, 20 de setembro de 2020

A Cristandade medieval instaurou a paz de Cristo na Europa

A sagração dos reis da França: um dos pontos altos da suavização dos costumes na Idade Média
A sagração dos reis da França:
um dos pontos altos da suavização dos costumes na Idade Média
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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O sistema feudal maneja toda uma sucessão de arbitragens naturais: o vassalo pode sempre recorrer de um senhor ao suserano deste último; o rei, à medida que a sua autoridade se estende, exerce cada vez mais o seu papel de mediador; o Papa, enfim, continua o árbitro supremo.

Basta, frequentemente, a reputação de justiça ou de santidade de um grande personagem para que se recorra, assim, a ele.

A Idade Média não contestou o problema da guerra em geral, mas, por uma série de soluções práticas e de medidas aplicadas no conjunto da Cristandade, restringiu sucessivamente o domínio da guerra, as crueldades da guerra, as durações da guerra. 

É assim, com leis precisas, que se edificou a Cristandade pacífica.

A primeira destas medidas foi a Paz de Deus, instaurada desde o fim o século X: é também a primeira distinção que foi feita, na história do mundo, entre o fraco e o forte é feita proibição de maltratar as mulheres, as crianças, os camponeses e os clérigos; as casas dos agricultores são declaradas invioláveis como as igrejas.

A grande glória da Idade Média é ter empreendido a educação do soldado, é ter feito do soldado da velha guarda um cavaleiro.

Aquele que se batia por amor dos grandes golpes, da violência e da pilhagem tornou-se o defensor do fraco; transformou a sua brutalidade em força útil, o seu gosto pelo risco em coragem consciente, a sua turbulência em atividade fecunda.

domingo, 13 de setembro de 2020

A Luz de Cristo nos restos de tradições medievais

Catedral de Lichfield
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Tradição vem de tradere, que é transmitir. A tradição é a transmissão que vem do passado.

Mas a tradição não é para nós o que é, por exemplo, para o índio. 

O hábito de usar cocar, aquela coisa toda, no índio é tradição. Para nós tradição não é isso só.

Pela tradição, nós recebemos no fundo da alma um lampejo da Igreja, um luzimento da Luz de Cristo, ou Lumen Christi.

A Igreja é para nós uma espécie de Céu na Terra. Olhando-a e contemplando-a, a gente se sente convidado para entrar numa espécie de Céu da alma nesta Terra.

Tudo quanto é medieval e que estava nessa linha –é a nota tônica da Idade Média – está impregnado dessa luz.

A sociedade medieval, mesmo nos seus aspectos temporais mais infimos, tocando até no prosaico, tinha algo do Céu na Terra.

Por isso uma ogiva, um vitral, uma torre de castelo, uma batalha, a armadura de um cavaleiro, etc., etc., parecem ter algo de celeste.

domingo, 6 de setembro de 2020

A “segunda Criação” obra da Igreja

A Idade Média nasceu na queda do Império Romano, de lutas de raças,  confusão de povos, violências, gemidos, corrupção e barbárie.
A Idade Média nasceu na queda do Império Romano, de lutas de raças,
confusão de povos, violências, gemidos, corrupção e barbárie.
Luis Dufaur
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“Na Idade Média há muitas coisas.

“Por um lado o isolamento das cidades, a queda de impérios, luta de raças, confusão de povos, violências, gemidos; corrupção, barbárie, instituições que caem ou ficam apenas no bosquejo; homens que vão aonde vão os povos; e povos que vão aonde outro quer e eles nem sabem; há luz apenas suficiente para ver que todas as coisas estão fora de seu lugar e que não lugar para coisa alguma: Europa é caos.

“Porém, além do caos há uma outra coisa: a presença da Igreja, Esposa imaculada de Nosso Senhor. Então, há um grande acontecimento nunca antes visto pelos povos: há uma segunda Criação operada pela Igreja.