domingo, 29 de maio de 2022

A França medieval foi a terra por excelência da devoção a Nossa Senhora

Coroação de Nossa Senhora, catedral de Reims
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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Todo espaço é pouco para conter o que Deus fez pela Igreja se valendo da alma francesa, isto é a “gesta Dei per francos”.

Mas, há um ponto em que toda comparação é fraca: a França foi por excelência a terra da devoção a Nossa Senhora.

É para Ela que os francos ergueram suas melhores catedrais como as de Chartres ou Paris. Só em Chartres contam-se 179 imagens da Mãe de Deus por dentro e por fora.

Foi na França que Deus fez nascerem os campeões da devoção à Santíssima Virgem.

Santo Odilon, abade de Cluny, em pleno século XI já praticava a devoção a Nossa Senhora que séculos mais tarde um outro francês, São Luis Maria Grignion de Montfort, desenvolveu com perfeição: a escravidão de amor à Santíssima Virgem.


Assunção de Nossa Senhora, (Museu de Cluny, Paris)
O Beato Adhémar, bispo do Puy, Legado pontifício na I Cruzada, na hora de partir para a conquista do Santo Sepulcro compôs o hino da santa expedição guerreira. Qual foi?

Pois bem, o leitor o conhece e o canta tão bem ou melhor que nós: a Salve Rainha!

No século seguinte, o Doutor Melífluo, São Bernardo de Claraval outro pregador das cruzadas, completou-o com as três invocações finais: “O clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria!”

Quem cantou as glórias de Nossa Senhora como o admirável São Bernardo?

Quem atingiu o patamar de amor que transluz no “Lembrai-vos” por ele escrito?

Quando Nossa Senhora quis dar à Igreja seus instrumentos de salvação, escolheu a França. Ela deu o santo rosário ‒ aliás, a Santo Domingos de Gusmão, um santo espanhol ‒ como meio certo de levar à vitória a cruzada dos católicos franceses contra os heréticos cátaros no século XIII.

E no século XIX foi por meio de Santa Catarina Labouré, na rue du Bac, na capital da França que Ela nos deu a Medalha Milagrosa.

E como se isso ainda fosse pouco, escolheu Lourdes para ali aparecer em 1858 e inaugurar um fluxo continuado de graças e milagres, instituindo o santuário mais visitado da Terra no aflito século XXI!

E ainda escolheu La Salette em 1846, nos Alpes franceses, para advertir o mundo de seu descaminho e dos castigos que lhe aguardavam se não fizer penitência. E estes são só exemplos, dos mais eminentes por certo.

Ouçamos a Salve Rainha cantada em gregoriano, modo solene:

Salve Regina





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domingo, 22 de maio de 2022

A França povo eleito desde o batismo,
peça chave da ordem medieval

O batismo de Clóvis, Mestre de Saint-Gilles (século XV), National Gallery of Art, Washington
O batismo de Clóvis, Mestre de Saint-Gilles (século XV),
National Gallery of Art, Washington
Luis Dufaur
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O povo franco foi o primeiro a se batizar em bloco.

Seu rei Clóvis se converteu após a aparição miraculosa de uma Cruz no céu durante a batalha de Tolbiac.

Veja mais sobre essa batalha: O milagre de Tolbiac e a conversão da França

A aparição mudou o rumo do combate que, antes do milagre, se encaminhava para um desastre dos francos.

O rei então pediu a catequese o batismo. Quando o bispo São Remígio pregava a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo ao bárbaro Clóvis e seus homens batiam suas lanças no chão e exclamavam: “Ah! Se eu tivesse estado lá com meus francos!”

São Remígio batizou Clóvis em Reims.

domingo, 15 de maio de 2022

Idade das Trevas? Ou Idade da Luz da Fé e da razão irmanadas?

Esfera astral e relógio planetário, catedral de Estrasburgo, França
Luis Dufaur
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Noções preconceituosas sobre a Idade Média já foram amplamente propagadas, inclusive por motivações políticas, e ainda hoje permanecem mitos no imaginário popular.

Isso também é verdadeiro quando se trata das noções da ciência no período: ele é muitas vezes referido pejorativamente como idade das trevas, sugerindo que nele não teria havido nenhuma criação filosófica ou científica autônoma.

Embora nenhum historiador sério utilize mais a expressão “Idade das Trevas” para sugerir atraso cultural, ainda hoje, mesmo nas escolas, são ensinadas noções equivocadas como a idéia falsa de que os estudiosos medievais acreditavam que a terra fosse plana.

O historiador Ronald Numbers, que é referência no campo da história da ciência, aponta alguns dos equívocos mais comuns do leigo em relação ao período.

Em primeiro lugar, como já mencionado, é errado imaginar que na idade média as pessoas educadas acreditavam que a Terra era plana: elas sabiam muito bem que a Terra é redonda como uma bola. Em segundo lugar é também comum o mito de que a igreja teria proibido autópsias e dissecações no período.

De maneira mais geral, as afirmações muito comuns de que o crescimento do Cristianismo teria “acabado com a ciência da antiguidade” ou que a igreja medieval teria “suprimido o crescimento das ciências naturais” não têm suporte nos estudos históricos contemporâneos, ainda que sejam repetidas por muitos como se fossem verdades históricas.

O legado científico medieval

Depois de superado o abalo de desastres como a Peste Negra, na parte final da Idade Média, o Ocidente pôde demonstrar um crescimento científico ainda mais exuberante no período subseqüente.

As sete artes liberais, 'Hortus deliciarum' de Herrad von Landsberg (1180)
Os avanços na óptica, obtidos durante a Idade Média, logo iriam gerar aparelhos como o microscópio e o telescópio.

Esses dois instrumentos juntamente com a prensa móvel, (fruto medieval), são vistos por muitos como os equipamentos mais importantes já criados para o avanço do conhecimento humano.

É preciso também ressaltar os avanços na física:

O tardio movimento científico medieval concentrou-se na ciência física (...).

Foi um trabalho que deveria ter continuidade nos séculos seguintes, na época que veio a se chamar de Renascença e no período que é muitas vezes denominado de Revolução científica.

E é nas ciências físicas que vemos mais claramente a emergência da ciência moderna, baseada, em grande parte, nas atitudes inquiridoras dos sábios do fim da Idade Média.

Mas, foram provavelmente o nascimento e desenvolvimento das universidades, juntamente com as primeiras sementes do que se tornaria a metodologia científica contemporânea, as heranças mais importantes do período.

Muito em breve aquela civilização que herdara um império em frangalhos iria revolucionar o entendimento do homem acerca de seu lugar no mundo e no universo.

Por mais que os homens do renascimento e de momentos históricos subseqüentes às vezes fizessem questão de esquecer, muito disso foi possibilitado pelas conquistas medievais.

(Fonte: Wikipedia, verbete Ciência Medieval)



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domingo, 8 de maio de 2022

Catedrais e universidades:
criações e florões da cultura medieval

Catedral de Soissons, detalhe do púlpito
Catedral de Soissons, detalhe do púlpito
Luis Dufaur
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Quando os cristãos saíram das catacumbas, após o Edito de Milão (313), ocuparam antigos templos pagãos e os consagraram ao culto verdadeiro.

Aproveitaram também prédios civis como as imponentes basílicas, onde outrora desenvolviam-se atividades judiciais, comerciais, bancárias e feiras no inverno.

As basílicas romanas eram imponentes, solenes e espaçosas.

Mas, o conceito que presidiu sua construção em nada se assemelha ao conceito de catedral elaborado na França.

A “filha primogênita da Igreja” ideou a catedral como resumo do Universo todo ele ordenado em função da glória do Criador e de sua Santíssima Mãe, Nossa Senhora.

Elas foram chamadas de “Bíblia dos pobres”, explica um dos maiores autoridades em catedrais góticas, o professor Émile Mâle .

Nelas, a “sancta plebs Dei” ‒ a santa plebe de Deus ‒ aprendia com seus olhos quase tudo o que sabia sobre a fé.

As estátuas distribuídas segundo um plano escolástico simbolizavam a maravilhosa ordem que, por meio do gênio de Santo Tomás de Aquino, reinava no mundo do pensamento.

Assim, por meio da arte os mais altos conceitos da teologia eram acessíveis para as mentes mais humildes.


Catedral, detalhe da fachada.
Catedral, detalhe da fachada.
Os grandes temas representados na estatuária ou nos vitrais de catedrais como as de Paris, Chartres ou Reims encontram-se admiravelmente desenvolvidos em Burgos, Toledo, Siena, Orvieto, Bamberg, Friburg ou Cracóvia.

Mas, em poucas eles estão tão bem expressos como na França. Em toda Europa ‒ observa Emile Mâle ‒ não há um só conjunto de obras de arte dogmática comparável ao da catedral de Chartres.

Nos canteiros de abadias e catedrais góticas a “filha primogênita da Igreja” gerou os vitrais.

Tratava-se de livros escritos com luz que iluminavam as mentes com a linguagem das imagens, resumiam todo o saber humano, eram um espelho da vida, um apanhado do passado, do presente e do futuro.

Notre Dame de la Belle Verrière, catedral de Chartres, França
Notre Dame de la Belle Verrière, catedral de Chartres, França
Os primeiros vitrais do século X foram meras aberturas para permitir a entrada de luz e preenchidas com cristais coloridos.

O gótico, porém, quis liberar imensos muros para instalar colossais vitrais. Só a catedral de Metz tem hoje 6.496 m2 de vitrais!

Os vitrais encerram múltiplos significados e simbolismos, inclusive místicos.

O principal deles é que o universo é uma imagem do Criador.

A graça divina ilumina a inteligência e lhe faz ver o lado das coisas que espelha melhor a Deus.

No vitral a luz do sol (símbolo da graça) torna a realidade compreensível, bela e admirável e facilita subir até a fonte de tudo, o sol, quer dizer, Deus, com grande e nobre prazer estético.

Na catedral de Chartres, o vitral mais famoso é o de Notre Dame de La Belle Verrière. (ao lado)

Mas, há muitas outras joias como o vitral da Árvore de Jessé (genealogia de Jesus Cristo), o da vida de Santo Eustáquio, ou o dos feitos de Carlos Magno.

Outro conjunto supremo é o da Sainte-Chapelle em Paris. Entrando nela logo à direita lê-se de baixo para cima o Gênese, a história da Criação.

As janelas seguintes resumem o Antigo Testamento até chegar no altar mor.

Ali lemos no vitral a Vida, Paixão e Morte de Cristo. Continuando o giro, encontramos os Atos dos Apóstolos e a vida dos Santos.

Por fim, fechando a volta, acima da entrada resplandece a rosácea do Apocalipse, portanto o anúncio do fim do mundo. É um percurso do início ao fim da História da humanidade.

As igrejas olhavam para o Oriente, de onde Cristo há de vir na sua segunda vinda. Então, quando o sol nascia iluminava o vitral da vida de Cristo centro da História.

Mas quando se punha fazia brilhar a rosácea do fim da História, com Cristo gladífero que virá julgar os vivos e os mortos.


Nos vitrais, as crianças aprendiam o catecismo, a História Sagrada e a vida dos Santos. Os adultos encontravam a descrição da ordem das ciências, das técnicas e profissões.

Os doutores tiravam inspiração para suas eruditas disputas.

Os simples fiéis sofredores recebiam afago, sorriso, compreensão, novo ânimo e apoio sobrenatural.


Vídeo: O sonho da catedral de cristal






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domingo, 1 de maio de 2022

Festa de coroação do Imperador Romano-Alemão

Conrado III imperador, Chronica Regia Coloniensis (s 13)
Conrado III imperador.
Chronica Regia Coloniensis (s 13)
Luis Dufaur
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Desde o Imperador Conrado até Fernando I, irmão de Carlos V, isto é de 911 a 1556, a coroação teve lugar em Aachen (Aix-la-Chapelle).

Maximiliano II começou em 1564 a série de Imperadores eleitos de Frankfurt.

A partir desse momento, a sala principal do magnífico edifício central de Frankfurt, o Rómer, serviu para a proclamação dos Imperadores, e denominou-se esta sala Kaisersaal, Sala do Imperador.

E' um recinto oblongo, vasto, discretamente iluminado em sua extremidade oriental por cinco estreitas janelas desiguais que se elevam no sentido do muro externo do Romer.

Na Kaisersaal há móveis preciosos, entre os quais a mesa de couro dos Príncipes Eleitores.

Em suas quatro altas paredes abundam afrescos esmaecidos pelo tempo. E sob uma abóbada de madeira com nervuras de um dourado envelhecido, encontram-se, em prestigiosa penumbra, os quarenta e cinco retratos dos continuadores do Império Carolíngio, figurados em bustos de bronze, cujos pedestais mostram as duas datas que abrem e fecham cada reinado, alguns ornados com lauréis, como os Césares romanos, outros cingidos com o diadema germânico.

Ali entreolham-se silenciosamente, cada um dentro de seu nicho ogival, os três Conrados, os sete Henriques, os quatro Ottons, o único Lotário, os dois Albertos, o único Luiz, os quatro Carlos que sucederam a Carlos Magno, o único Wenceslau, o único Roberto, o único Segismundo, os dois Maximilianos, os três Fernandos, o único Matias, os dois Leopoldos, os dois Josés, os dois Franciscos, os quais durante nove séculos, de 911 a 1806 marcaram a História do mundo, com a espada de São Pedro numa mão e o globo de Carlos Magno na outra.

Coroa do Sacro Império. Schatzkammer Tesouro no Palácio Hofburg, Viena.
Coroa do Sacro Império. Schatzkammer Tesouro no Palácio Hofburg, Viena.
Depois da cerimônia da coroação, que tinha lugar na igreja-catedral de São Bartolomeu, mais conhecida pelo simples nome do Dom, o novo Eleito, acompanhado dos Príncipes Eleitores, entrava no Paço Municipal de Frankfurt, o Romer, e subia à grande sala para cumprir e ver cumprir as cerimônias costumeiras em tal ocasião.

Os Eleitores de Tréveris, de Mogúncia e de Colônia situavam-se na primeira janela. Eram os três Eleitores eclesiásticos, os três Arcebispos destas cidades.

O Imperador, em trajes solenes, o manto imperial sobre os ombros, Coroa na cabeça, cetro e globo às mãos, tomava lugar na segunda janela.

A terceira era ocupada por um baldaquim, debaixo do qual ficavam o Arcebispo de Frankfurt e o Clero.

A quarta era destinada aos Embaixadores da Boêmia e do Palatinado.

A quinta, aos Eleitores da Saxonia, de Brandenburg e Brünswick.

Roupa da coroação: túnica do novo imperador.
Roupa da coroação: túnica do novo imperador.
No momento em que aparecia esta brilhante assembleia, a praça toda irrompia em brados e aclamações.

As comemorações na praça merecem uma descrição particular.

O centro dela era ocupado por um boi que se assava inteiro no meio de uma cozinha de tábuas.

Num dos lados havia uma fonte encimada por uma águia bicéfala. Por um dos bicos, jorrava vinho tinto; pelo outro, vinho branco. O segundo lado era ocupado por um monte de aveia que podia elevar-se à altura de três pés.

Quando todas as janelas e balcões estavam ornados, quando o Imperador, o Arcebispo e os Eleitores estavam sentados em seus respectivos lugares, o som de um trompete fazia-se ouvir; o arquiferreiro, o arquimarechal ‒ encarregado das cavalariças do Império ‒ saia a cavalo, enfiava sua montaria até os arreios na aveia, enchia uma medida de prata, subia à kaisersaal e a apresentava ao Imperador. Isto queria dizer que as cavalariças do Império estavam bem providas.

Então, o trompete fazia-se ouvir uma segunda vez, o arquicopeiro saia a cavalo e ia encher duas largas taças de prata na fonte, uma com vinho tinto, outra com vinho branco, e levava-as ao Imperador. Isto simbolizava que as adegas do Sacro Império estavam abastecidas.

Imperador coroado
Imperador coroado
Depois o trompete fazia-se ouvir uma terceira vez, e o arquitrinchador saia a cavalo, ia cortar um pedaço de boi e o apresentava ao Imperador. Isto significava que as cozinhas estavam florescentes.

Enfim, o trompete fazia-se ouvir uma quarta vez, o arquitesoureiro saia a cavalo tendo na mão um saco com moedas de ouro e prata e jogava-as ao povo. Isto queria dizer que o tesouro nacional estava cheio.

O retorno do grande tesoureiro era o sinal de um combate que se travava entre o povo para ter a aveia, o vinho e o boi.

Em geral, deixava-se os açougueiros e os adegueiros assediar e tomar a cozinha; a cabeça do boi era o troféu mais honorífico da luta.

A vitória era atribuída ao partido que possuísse a cabeça.

E ainda hoje os adegueiros mostram nas adegas do palácio, e os açougueiros, no seu mercado, as cabeças que seus antepassados conquistaram nas memoráveis jornadas das coroações imperiais.

(Autor: Alexandre Dumas, « La Terreur Prussiene », Paris, Calmann Levy, Editeurs, 1887, t.I, pp.261 s.)



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