Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Santo Natal e Feliz Ano Novo !
domingo, 22 de dezembro de 2024
O Natal perfumado da capital de Carlos Magno
Natal, nas ruas estreitas da Aachen medieval |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
No Natal, nas ruas estreitas da Aachen (Aquisgrão, Aix-la-Chapelle) medieval se respira o perfume de canela, cardamomo, coentro, anis, cravo, pimenta, gengibre.
Dezenas de padarias, pastelarias e chocolatarias preparam as bolachas Aachener Printen, enquanto no mercado de Natal se bebe o Glühwein (quentão com muitas especiarias) e se comem tradicionais castanhas recém-assadas, informou reportagem de “La Nación”.
As comemorações começam na festa de São Martinho de Tours (11 de novembro) e Santa Catarina (25 de novembro).
Glühwein: o quentão natalino |
Essas festas anunciam o início dos quatro domingos do Advento na preparação penitencial do Natal e na expectativa feliz da vinda do Menino Jesus.
As Aachener Printen se remontam aos tempos em que Carlos Magno escolheu sua prezada cidade para nela instalar o centro de seu imenso império sacral europeu.
A residência imperial deve muito, desde os primeiros séculos medievais, às suas águas termais, privilegiadas pelos romanos.
Não espanta, pois, que um soldado romano uniformizado como na Antiguidade cuide dos banhos termais.
E dezenas de crianças passeiam pelo empedrado medieval com faróis de papel de arroz e uma vela dentro, ao som das músicas de orquestras de rua que enchem os ares de melodias natalinas.
A catedral está cheia de tesouros medievais, vitrais e, mais importante: excepcionais relíquias da Sagrada Família, de Nosso Senhor no Santo Sepulcro e de São João Batista.
Marienschrein a urna que conserva
as sagradas relíquias na catedral de Aquisgrão
Além, é claro, dos restos mortais de Carlos Magno que, em Aquisgrão e numerosas outras dioceses do norte da Europa é venerado como Beato com liturgia e ofício próprios.
A cada sete anos, centenas de romeiros – a próxima vez será em 2021 – concorrem para contemplar ou venerar as quatro preciosas relíquias guardadas numa esplêndida urna gigante – a Marienschrein –, as quais são exibidas só nessa ocasião.
São elas:
1. a túnica que Nossa Senhora usou no dia do Natal;
Vestido que Nossa Senhora usou no Nascimento de Jesus.
Foto de 2014, Andreas Steindl - Diocese de Aachen
2. os panos com que Ela envolveu o Menino Jesus recém nascido;
3. o tecido menor usado por Cristo durante a Crucificação e
4. o lenço em que foi envolvida a cabeça de São João Batista após a sua decapitação.
As relíquias ficam normalmente na urna da Santíssima Virgem Maria (Marienschrein).
Carlos Magno foi o primeiro Imperador do Sacro Império Romano Alemão instituído pelo Papa São Leão Magno e durante 500 anos seus sucessores foram coroados nessa catedral.
As Aachener Printen são simples, deliciosas, maravilhosas e fazem lembrar ao grande imperador Carlos Magno |
Klein produz sete mil quilos diários, “no velho estilo”, quer dizer, mais moles, úmidas, banhadas em chocolate, trazendo avelãs e amêndoas, com formas minúsculas ou com enormes de animais ou personagens.
Aachen procura com avidez as “Lebkuchen”, bolachas que impressionaram tanto os irmãos Grimm, que em seus Contos de Fadas as escolheram para decorar a casinha de Hansel e Gretel.
Feitas com múltiplos ingredientes, até hoje deliciam toda a Alemanha.
As crianças as produzem em casa, e nos Kindergarten elas são penduradas em calendários até o dia 24 de dezembro.
A lembrança do grande imperador é a justo título onipresente.
As Aachener Printen não podiam ter outro imperador senão Carlos Magno! |
Tudo aconteceu de modo surpreendente para ele, mas não para o Papa santo que havia muito queria restaurar o grandioso Império.
A esplêndida laje de porfírio sobre a qual sucedeu o magno e feliz evento se conserva encravada no precioso chão da Basílica de São Pedro.
domingo, 15 de dezembro de 2024
Árvore de Cristo
Árvore de Natal, Mittenwald, Baviera, Alemanha |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Depois do Presépio, a Árvore de Natal é o símbolo mais expressivo da época natalina — sobretudo em tempos passados, nos quais o aspecto comercial do Natal não era tão protuberante e agressivo.
O inventor da árvore de Natal foi São Bonifácio, o apóstolo e evangelizador da Alemanha.
Em 723 São Bonifácio derrubou um enorme carvalho dedicado ao deus Thor, perto da atual cidade de Fritzlar.
Para convencer o povo e os druidas de que não era uma árvore sagrada, ele abateu-a.
Esse acontecimento é considerado o início formal da cristianização da Alemanha.
Na queda, o carvalho destruiu tudo o que ali se encontrava, menos um pequeno pinheiro.
Segundo a tradição, São Bonifácio interpretou esse fato como um milagre. Era o período do Advento e, como ele pregava sobre o Natal, declarou:
São Bonifácio derruba árvore sagrada pagã. Emil Doepler (1855 – 1922). Uma santa truculência atraiu a bênção da árvore natalina. |
“Doravante, nós chamaremos esta árvore de árvore do Menino Jesus”.
O costume de plantar pequenos pinheiros para celebrar o nascimento de Jesus começou e estendeu- se pela Alemanha.
E no século XIX, a Árvore de Natal — também conhecida em alguns países europeus como a “Árvore de Cristo” — espalhou-se pelo mundo inteiro como símbolo da alegria própria ao Natal para se festejar o nascimento do Divino Infante.
(Fonte: Guia de Curiosidades Católicas, Evaristo Eduardo de Miranda)
domingo, 8 de dezembro de 2024
São Nicolau, o verdadeiro Papai Noel
começou a ser cultuado na Idade Média
São Nicolau padroeiro dos marinheiros do Mediterrâneo salva nau que afundava |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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De tão deturpado, esqueceu-se sua maravilhosa origem.
Pois Papai Noel tem na sua fonte um homem de carne e osso, um bispo da Santa Igreja, um santo de altar!
Foi São Nicolau, bispo de Myra, na ilha de Gemile, hoje no largo da Turquia.
Ele faleceu rodeado de fama de santidade no ano de 326.
Conta a tradição que o piedoso bispo soube de um pagão que tinha três filhas mas não tinha dinheiro para casá-las bem.
Então decidiu — como aliás não era raro entre certos pagãos — vende-las ou alugá-las para a prostituição, após as festas cristãs do Natal.
Podemos imaginar quão lúgubre foi aquela noite de Natal para as pobres moças.
Porém, o bispo São Nicolau soube do que se planejava.
Jeitosamente, na calada da noite, jogou pela janela três sacolinhas com dinheiro aos pés do leito de cada uma delas.
No dia seguinte, elas amanheceram com o presente e a certeza de que poderiam fazer um bom casamento.
A tradição não é só verbal.
Acontece que nos tempos das Cruzadas, os piratas muçulmanos devastavam as cidades cristãs junto ao mar.
Myra sofreu essa cruel sorte.
Para salvar as reliquias do santo bispo, marinheiros católicos as trasladaram para Bari no sul da Itália.
E São Nicolau hoje é mais conhecido como São Nicolau de Bari e é representado com três saquinhos na mão em lembrança do famoso milagre para as moças.
Em 1993, arqueólogos intrigados foram a vasculhar a ilha de Gemile.
Queriam saber qual catástrofe ecológica a tornara deserta.
Os cientistas encontraram as ruínas de um centro de peregrinações composto de quatro igrejas, um caminho processional e uma quarentena de prédios em torno do primeiro túmulo de São Nicolau.
Nos restos das paredes acharam pintada em várias formas a história de São Nicolau e as moças, além de muitos outros milagres natalinos que o santo foi praticando na Idade Média.
Os ex-votos testemunhavam que a tradição dos presentes de Natal para as crianças (e também para os adultos em forma de graças e auxílios sobrenaturais e até materiais) é bem verdadeira.
A grosseira deturpação hodierna de São Nicolau não desqualifica em nada a maravilhosa tradição medieval.
Se em vez do laicizado Papai Noel, os homens tivessem devoção a São Nicolau não obteriam presentes espirituais e até materiais que enchem a alma, portadores de imponderáveis e bênçãos de que a humanidade perdeu a lembrança?
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