domingo, 12 de março de 2023

Famosa cerveja acaba por falta de monges

Cerveja trapista Achel desapareceu por falta de monges
Cerveja trapista Achel desapareceu por falta de monges
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






A crise religiosa na Igreja no período pós-conciliar trouxe não só devastadores efeitos na vida monacal com o fechamento continuado de mosteiros e conventos masculinos e femininos no mundo inteiro.

Repercute também na cultura universal. Não só cessa ante Deus a indispensável oração e meditação na estrita observância de uma tradição medieval para aplacar a cólera divina pelos pecados cometidos pelos homens. 

Pecados que no século XXI se estão multiplicando e agravando com um furor sem igual na História.

O lento, mas constante desaparecimento dos últimos ascetas monacais também ameaça a sobrevivência de ofícios e produtos tradicionais. 

Trapista elaborando cerveja na abadia de Notre-Dame de Saint-Remy
Trapista elaborando cerveja na abadia de Notre-Dame de Saint-Remy
Caso típico aconteceu na Bélgica, onde a cultura da cerveja trapista é um emblema nacional reconhecido até pela a-religiosa UNESCO.

Na abadia belga de São Bento em Limburg, construída no século XI junto à fronteira holandesa e ocupada desde 1846 pela ordem beneditina, se produzia a cerveja Achel, uma das seis marcas na Bélgica certificadas como trapistas, da dez que existem no mundo.

Mas há quase três anos, o mosteiro perdeu seus últimos clérigos: os dois últimos frades já muito idosos tiveram que se mudaram para a irmã Westmalle Abbey, informou “Clarín”.

Não há vocações para entoar a liturgia monacal para atrair a misericórdia divina, e secundariamente para produzir sua excelente cerveja. 

Por fim, apareceu o empresário Jan Tormans que continuará fabricando a cerveja supostamente com a intenção é que o sabor e a fórmula não mudem.

Porém, quase ninguém pode acreditar nesse propósito industrial.

Monges selecionando cerveja na adega. Eduard Theodor Ritter von Grützner (1846 – 1925)
Monges selecionando cerveja na adega.
Eduard Theodor Ritter von Grützner (1846 – 1925)
Desde 2021, a Associação Trapista Internacional retirou o selo da cerveja tradicional pois leigos tinham alterado suas misturas e a ruptura com a tradição ficou mais concreta com a mudança de proprietário e a extinção do mosteiro.

A associação que reúne as abadias trapistas exige, para a atribuição da sua insígnia, que a produção de cerveja seja produzida na abadia, que seja controlada ou gerida por religiosos que observem a regra de São Bento ("Ora et labora") e que atribuam parte dos benefícios à caridade.

A Bélgica continua a liderar essa cerveja com cinco nomes (Chimay, Orval, Rochefort, Westmalle e Westvleteren). É a metade de um seleto grupo de países que inclui Holanda (Zundert), Áustria (Engelszell), França (La Trappe), Itália (Tre Fontane) e Reino Unido (Tynt Meadow).

A Associação Trapista Internacional é promovida pela abadia belga de Nossa Senhora de Scourmont, onde se fabrica o Chimay, para distinguir o saber-fazer dos monges na preparação de cervejas, queijos, licores ou chocolates.




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domingo, 5 de março de 2023

São Gregório VII: 2ª sentença de excomunhão contra o imperador revoltado Henrique IV

São Gregório VII
São Gregório VII
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
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O imperador Henrique IV levantou-se contra o Papa São Gregório VII. O príncipe pretendia ter poder sobre o Papa com base em sofismas e uma capciosa interpretação das Escrituras.

Pretendia ainda, entre muitas coisas, ter poder para nomear bispos e destituí-los e até de depor o Sumo Pontífice.

São Gregório VII excomungou-o uma primeira vez. Sentido-se abandonado pelos seus, Henrique IV foi pedir a absolvição ao Papa que se encontrava a bom resguardo no castelo da condessa Matilde, na Toscana.

O imperador destituído passou três dias na neve, vestido de saco, implorando o perdão.

Porém, seu coração era falso e São Gregório VII percebia. A Corte pontifícia e até a própria condessa Matilde não perceberam e intercederam por ele. No fim, o santo Papa achou melhor suspender a excomunhão.

De volta, na Alemanha, o imperador recomeçou tudo. Em consequência, São Gregório VII renovou a condenação no Concílio Romano, em 7 de março de 1080.

Foi a segunda excomunhão formulada nos seguintes termos, onde brilha a santidade da Igreja e a heroica força de alma de um digno Vigário de Jesus Cristo:

Henrique IV pidiu perdão em Canosa. Não foi sincero.
“Ó São Pedro, chefe dos Apóstolos, e tu São Paulo, doutor das gentes, suplico-vos que presteis ouvidos e me escuteis com clemência; pois sois amantes discípulos da verdade, assisti-me para que eu Vos diga a verdade, limpa de qualquer mentira que Vós detestais, de maneira que meus irmãos melhor concordem comigo e saibam e compreendam que por confiança em Vós ‒ depois de Deus e de sua Mãe, Maria sempre Virgem ‒ eu resisto aos maus e aos iníquos...

“E posto que me ordenaste subir a um monte excelso para bradar em alta voz e apontar os pecados do povo de Deus as culpas dos filhos da Igreja, começaram a se insurgir contra mim os filhos do demônio, e premeditaram deitar a mão sobre mim até o sangue.

“Opuseram-se, com efeito, o rei da terra e os príncipes seculares e eclesiásticos, e ainda homens de corte e gente comum, uniram-se contra o Senhor e contra Vós, que sois seus ungidos, dizendo: ‘Rompamos seus grilhões e atiremos fora seu jugo’! E de mil maneiras tentaram lançar-se contra mim, para abater-me de vez com a morte ou com o exílio. (...)

“Confiante no juízo e na misericórdia de Deus e de sua Mãe piedosíssima, Maria sempre Virgem, e apoiando-me em vossa autoridade, excomungo e condeno ao anátema o mencionado Henrique, chamado rei, e a todos seus partidários.

Túmulo de São Gregório VII
“Pela segunda vez, nego-lhe, da parte de Deus onipotente e vossa, o reino da Alemanha e da Itália, e tiro-lhe todo poder e dignidade real; nenhum cristão lhe obedeça como a um rei; e desobrigo do juramento todos aqueles que lho fizeram ou lho farão relativamente ao reino. Em nenhum caso o mesmo Henrique com seus partidários possua forças e jamais em vida obtenha vitória. (...)

“Apreendam agora o rei e todos os príncipes temporais quão grande Vós sois, e quanto podeis. E tenham medo de considerar como coisa mesquinha a ordem de vossa Igreja.

“E executai logo a vossa sentença em relação ao dito Henrique, de modo que todos saibam que ele cairá, não por acaso, mas por vosso poder. Seja coberto de confusão até fazer penitência, para que deseje o céu e seu espírito seja salvo no dia do Senhor.”


(Fonte: CASPAR, Epistolae in usum scholarum, Monumenta Germaniae Historica, II, p.483).




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domingo, 26 de fevereiro de 2023

Papa Celestino III:
é louvável tomar armas contra os fautores do mal

Celestino III aprova a autonomia do Hospital, Domenico di Bartolo (1400-1404 – 1445-1447), Santa Maria della Scalla, Siena
Celestino III aprova a autonomia do Hospital,
Domenico di Bartolo (1400-1404 – 1445-1447),
Santa Maria della Scalla, Siena
Luis Dufaur
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Celestino, Bispo, servo dos servos de Deus. Ao caríssimo filho em Cristo, o Rei de Portugal, saudação e bênção apostólica.

Como pelos sagrados cânones seja cominada igual pena aos autores e aos fautores do mal, e não seja menor desprezo impugnarem a fé católica os que se têm por cristãos, porque seria se a deixassem, ou a perseguissem e adotassem a superstição dos bárbaros, pareceu-nos que não deveríamos faltar com o favor apostólico à petição que fazeis, de que a vós e a todos os que fizerem guerra ao Rei de Leão sejam concedidas as mesmas indulgências que a Santa Sé Apostólica tem outorgado aos que militam contra os infiéis e defendem a Cristandade de Espanha, porquanto ele tem tomado à sua conta a defesa dos mesmos infiéis, e em companhia dos mouros luta contra os cristãos.

Nós, respeitando vossa real petição e concedendo pelo teor da presente, a vós e a todos os que fizerem guerra ao dito Rei enquanto permanecer em sua pertinácia, as graças que são concedidas aos que passam à guerra de Jerusalém, ordenamos mais, que todas as terras que vós ou outros quaisquer ganhardes àquele Rei enquanto for contumaz, fiquem livremente a quem as ocupar, sem mais se devolverem ao senhorio do mesmo Rei.

Portanto, a nenhuma pessoa seja lícito infringir ou contrariar temerariamente esta bula de indulgência.

E se alguém se atrever a fazê-lo, saiba que há de incorrer na indignação de Deus todo poderoso e dos bem-aventurados S. Pedro e S. Paulo, seus Apóstolos.



(Bula dirigida pelo Santo Padre Celestino III a D. Sancho I de Portugal, a respeito de D. Afonso XII de Leão, em 10 de abril de 1197)




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domingo, 12 de fevereiro de 2023

Cristandade e Idade Média ‒ A Cristandade (5)

Coroacão do imperador do Sacro Império em Frankfurt,
pelos bispos de Mainz, Colonia e Trier
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Existiu a Cristandade?

Sim. Sob o influxo de todas as energias naturais e sobrenaturais entesouradas nas nações cristãs, foi emergindo lentamente do caos da barbárie na alta Idade Média, a sociedade civil cristã, A Cristandade.

Sua beleza, de início indecisa e sutil, mais promessa e esperança que realidade, foi se afirmando a medida que, com o escoar dos séculos de vida cristã, a Europa batizada "crescia em graça e santidade".


O que nasceu na Idade Média?

Nasceram os reinos, e as estirpes fidalgas, os costumes corteses, e as leis justas, as corporações e a cavalaria, a escolástica e as universidades, o estilo gótico e o canto dos menestréis, por exemplo.


A Idade Média atingiu o máximo da Civilização?

Não. Ela não atingiu o máximo de seu desenvolvimento. Muito ainda haveria que progredir.


Então, de onde vem o encanto da Idade Média?

O encanto grandioso e delicado da Idade Média não provém tanto do que ela realizou, como da harmonia profunda e da veracidade cintilante dos princípios sobre os quais ela construiu.

Áustria
Ninguém possuiu como ela, o conhecimento profundo da ordem natural das coisas; ninguém teve como ela o senso vivo da insuficiência do natural — mesmo quando desenvolvido na plenitude de sua ordem própria — e da necessidade do sobrenatural; ninguém como ela, brilhou ao sol da influência sobrenatural com mais limpidez e na candura de uma maior sinceridade.


Como eram os homens que fizeram a Idade Média?

Eram homens que lutaram e sofreram na realização do ideal da Civilização Cristã, e que na sua caminhada muitas vezes recuaram ou desfaleceram ao longo do caminho; mas de homens que sempre continuaram fiéis ao seu ideal, ainda mesmo quando dele se afastavam por seus atos.

E dai uma consonância profunda de todas as instituições, de todos os costumes, de todas as tradições nascidas nessa época, não só com as circunstâncias contingentes e transitórias do tempo em que surgiram, mas com as exigências genéricas da alma humana "naturaliter christiana" e as tendências espirituais peculiares aos povos do Ocidente.


A Civilização Cristã é igual por toda parte?

Sim na essência, não na concretização em cada país.

Toda a civilização cristã há de ser inteiramente cristã, católica, universal, mas há de se ajustar, há de respeitar, há de desenvolver e estimular as características de cada região, e de cada povo.


Então deve respeitar as características locais?

Sim. A sociedade cristã vive de acordo com a ordem natural. E, por isto, ela há de respeitar integralmente as características regionais de cada povo ou região.

Budapest, Hungría.
Respeitar e desenvolver, porque essas características são dons de Deus, e todos os dons de Deus merecem desenvolvimento.

Nos séculos de civilização cristã, cada povo teve, pois, suas características próprias, bem definidas.


Onde a alma nacional se encontra melhor?

A alma nacional, em todas as suas aspirações universais e humanas, em todas as suas aspirações nacionais e locais, encontra plena e ordenada expansão dentro da civilização cristã.

Dai a enorme variedade de formas de governo e de organização social ou econômica, de expressões artísticas e de produções intelectuais, nas varias nações da Europa medieval.


Do que servem os símbolos e a cultura nacional?

Os símbolos são um patrimônio nacional, uma condição essencial para a sobrevivência e progresso espiritual da nação.

Eles tem uma consonância indefinível e profunda com a mentalidade nacional, uma consonância que é natural e verídica, e não puramente fictícia e convencional.

Por isto, em via de regra, cada povo elabora uma só arte, uma só cultura e nela caminha enquanto existe.

O maior tesouro natural de um povo é a posse de sua própria cultura, isto é, quase a posse de sua própria mentalidade.

Escudo do Reino das Duas Sicílias


Quem pode admirar a Civilização Cristã?

Fora da Igreja uma civilização cristã só pode ser admirada pelas almas que tendem para o Catolicismo.

Dentro da Igreja só pode ser admirada e vivida pelas almas que vivem do Catolicismo.

Ela é incompreensível, é cheia de tédio, é odiosa até em sua superioridade solar, para as almas que começam a abandonar a Igreja, ou que, do lado de fora, blasfemam contra ela.

A civilização cristã só viveu plenamente, enquanto a Europa foi sincera e profundamente católica.


Qual é a grande tragédia da civilização?

A grande tragédia da civilização ocidental foi precisamente a ruptura com o Catolicismo que, no século XVI, arrebatou ao grêmio da Igreja as nações protestantes.

Essa apostasia foi aprofundada no terreno civil pela Revolução Francesa de 1789 e a Revolução comunista de 1917. Essas revoluções foram completadas pela Revolução da Sorbonne de Maio de 1968.

Todas elas somadas em cadeia formam uma só Revolução com R maiúsculo. A Revolução é a causa do caos de hoje e, portanto da grande tragédia da civilização.


(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, “A Cruzada do século XX”, Catolicismo nº 1, Janeiro de 1951) 




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domingo, 5 de fevereiro de 2023

A civilização cristã e a sociedade perfeita ‒ A Cristandade (4)

Luis Dufaur
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A civilização cristã é a sociedade perfeita?

Sim. Se Jesus Cristo é o verdadeiro ideal de perfeição de todos os homens, uma sociedade que aplique todas as Suas leis tem de ser uma sociedade perfeita, a cultura e a civilização nascidas da Igreja de Cristo tem de ser forçosamente, não só a melhor civilização, mas, a única verdadeira. Di-lo o Santo Pontífice Pio X:

"Não há verdadeira civilização sem civilização moral, e não há verdadeira civilização moral senão com a Religião verdadeira". (Carta ao Episcopado Francês, de 28-VIII-1910, sobre "Le Sillon"). 

De onde decorre com evidência cristalina que não há verdadeira civilização senão como decorrência e fruto da verdadeira Religião.


A ação da Igreja sobre os homens é só individual?

Não, Ela forma também povos, culturas, civilizações.



Por quê?

Porque Deus criou o homem naturalmente sociável, e quis que os homens, em sociedade, trabalhassem uns pela santificação dos outros.



Os demais homens nos influenciam?

Sim. Temos todos, pela própria pressão do instinto de sociabilidade, a tendência a comunicar em certa medida nossas ideias aos outros, e, em certa medida, em receber a influência deles. Isto se pode afirmar nas relações de indivíduo a indivíduo, e do indivíduo com a sociedade.



As leis, costumes, culturas nos influenciam?

Os ambientes, as leis, as instituições em que vivemos exercem efeito sobre nós, têm sobre nós uma ação pedagógica.

Resistir inteiramente ao ambiente ruim, cuja influência nos penetra até por osmose e como que pela pele, é obra de alta e árdua virtude.

E por isto os primitivos cristãos não foram mais admiráveis enfrentando as feras do Coliseu, do que mantendo íntegro seu espírito católico embora vivessem no seio de uma sociedade pagã.



A cultura e a civilização são meios de salvação da alma?

Sim. A cultura e a civilização são fortíssimos meios para agir sobre as almas. Agir para a sua ruína, quando a cultura e a civilização são pagãs.

Para a sua edificação e sua salvação, quando são católicas.

Por isso, a Igreja não pode desinteressar-se em produzir uma cultura e uma civilização, e se contentar em agir sobre cada alma a título meramente individual.



Todo cristão é um foco de Civilização Cristã?

Sim. Toda a alma sobre a qual a Igreja age, e que corresponde generosamente a tal ação, é como que um foco ou uma semente da civilização cristã, que ela expande ativa e energicamente em torno de si.

A virtude transparece e contagia. Contagiando, propaga-se. Agindo e propagando-se tende a transformar-se em cultura e civilização católica.



A Igreja pode não produzir uma Civilização e uma cultura católicas?

Não. O próprio da Igreja é de produzir uma cultura e uma civilização cristã. É de produzir todos os seus frutos numa atmosfera social plenamente católica.



O fiel deve desejar a Civilização Cristã?

Sim. O católico deve aspirar a uma civilização católica como o homem encarcerado num subterrâneo deseja o ar livre, e o pássaro aprisionado anseia por recuperar os espaços infinitos do Céu.



Qual é, em resumo, o ideal católico hoje?

E é esta nossa finalidade, nosso grande ideal. Caminhamos para a civilização católica que poderá nascer dos escombros do mundo de hoje, como dos escombros do mundo romano nasceu a civilização medieval.

Caminhamos para a conquista deste ideal, com a coragem, a perseverança, a resolução de enfrentar e vencer todos os obstáculos, com que os Cruzados marcharam para Jerusalém.

Porque, se nossos maiores souberam morrer para reconquistar o sepulcro de Cristo, como não queremos nós filhos da Igreja como eles lutar e morrer para restaurar algo que vale infinitamente mais do que o preciosíssimo sepulcro do Salvador, isto é, seu reinado sobre as almas e as sociedades, que Ele criou e salvou para O amarem eternamente?


(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, “A Cruzada do século XX”, Catolicismo nº 1, Janeiro de 1951)



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