Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
É a noite de Natal. A Missa de Galo vai começar.
Na igrejinha toda coberta de neve, iluminada e bem aquecida, todos entram de depressa.
Ao longe ficaram as casinhas da aldeia, a fumaça sobe das chaminés, a lareira está acesa, as suculentas, deliciosas e apetitosas iguarias da culinária alemã já estão no forno...
É a festa de Natal que segue à festa litúrgica.
O coro canta “Stille Nacht, heilige Nacht” (“Noite Feliz”) (a música está no vídeo embaixo).
“Noite tranquila, noite silenciosa, noite santa.
“Tudo dorme, só está acordado o nobre e santíssimo Casal!
“O nobilíssimo menino de cabelos cacheados dorme em celestial tranquilidade.”
A canção manifesta submissão de espírito, reverência e compaixão. Mas também alta cogitação.
Foi num ambiente desses que o povo da bravura e da proeza militar compôs essa canção de Natal universal: o “Stille Nacht, heilige Nacht” (“Noite Feliz”).
Uma outra canção natalina alemã conta que os dois iam juntos: Nossa Senhora, a flor de delicadeza, e o Menino, o tesouro do Universo!
E atravessaram um bosque de espinhos que havia sete anos que não florescia.
Nossa Senhora sozinha, trazia o Menino Jesus amparado junto a seu coração.
Mas, enquanto Nossa Senhora atravessava o bosque, os espinhos transformavam-se em rosas perfumadas para Ela.
E Ela compreendeu: foi um gesto de amabilidade de seu Filho!
Comprazida, Ela olhou maternalmente para o Divino Infante.
Ele estava dormindo, mas governava a natureza!
Eis o paradoxo do povo germânico: esse povo dos grandes exércitos impecavelmente ordenados, dos couraceiros com capacetes encimados por águias, na hora da ternura sabe cantar afetuosamente o Natal como nenhum outro.