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Tiara do Beato Pio IX, doada pela Bélgica |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
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A tiara, também conhecida como “triregno” (literalmente tríplice reinado) é a coroa própria dos Papas.
Ela está composta de três coroas e leva no topo um globo com a cruz.
É uma coroa única no mundo. E tomou sua forma praticamente definitiva durante a Idade Média.
Coroas semelhantes à tiara já foram usadas na Antiguidade, inclusive por egípcios, partos, armênios e frigios.
A origem mais remota dela está no Antigo Testamento. Deus disse a Moisés:
“Farás também uma lâmina do mais puro ouro, na qual farás abrir por mão de gravador: ‘Santidade ao Senhor’. E atá-la-ás com uma fita de jacinto e estará sobre a tiara, iminente à testa do pontífice. E Arão levará sobre si. E sempre esta lâmina estará sobre a sua testa para que o Senhor lhe seja propício” (Ex, 28, 36-37).
Aarão, irmão de Moisés é o arquétipo de Sumo Sacerdote e prefigura os Papas instituídos por Nosso Senhor Jesus Cristo na pessoa de São Pedro, e continuado por seus sucessores de Roma.
O Papa Sérgio III (904-911) fez cunhar moedas com a imagem de São Pedro com tiara.
Na basílica inferior de São Clemente, em Roma, um fresco do fim do século XI apresenta o Papa Adriano II (867-872) com a tiara.
A primeira coroa da tiara reúne simbolicamente a jurisdição eclesiástica do Papa e a coroa do governo temporal sobre os feudos pontifícios.