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Casamento de Carlos IV e Maria de Luxemburgo. Grandes Chroniques de France. BNF. |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Quase todos nós aprendemos na escola que a Idade Média foi uma época de mil anos de trevas e de fanatismo religioso, sem nada digno de ser mencionado nos séculos seguintes.
E não nos damos ao trabalho de estudar as obras, as instituições, a arquitetura, a vida de família e, sobretudo, a profunda religiosidade, que a tornaram insuperável.
Segundo o prestigioso jornal “Economist”, isso começa a mudar:
“Desde os ataques de 11 de setembro, a direita norte-americana desenvolveu um fascínio pela Idade Média e pela Renascença em particular, com a ideia do Ocidente como uma civilização que estava se defendendo de um desafio do Oriente.
“Essa tendência tem sido estimulada pela descoberta do movimento de suas contrapartes europeias que usavam imagens medievais e de cruzados desde o século XIX.”
Para o jornal, alguns exemplos disso são o frequente aparecimento e as ilustrações de cruzados revestidos de capacete e que bradam o grito de guerra Deus vult!
Diz ainda:
“Os jornais e sites contrários ao islamismo se nomeiam segundo o rei franco Charles Martel, que lutou contra exércitos muçulmanos no século VIII, ou a derrota otomana (levemente pós-medieval) em Viena”,
enquanto “milhões de outros [...] são atraídos pela era medieval, de que são testemunhos a popularidade de reconstituições renascentistas ou as fantasias medievais de inspiração, como Game of Thrones”.