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Foulques de Neuilly-sur-Marne: de padre relaxado
a pregador da Cruzada e taumaturgo |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
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Um exemplo significativo da flexibilidade de espírito dos medievais vem da história de Foulques, vigário de Neuilly-sur-Marne, na França.
Ele, de início, foi um vigário relaxado que vivia como um leigo na ignorância da religião.
E na Idade Média havia duas categorias bem definidas de vigários: o relaxado e o não relaxado.
Esse vigário relaxado à certa altura se converteu e se transformou num bom vigário.
Sua ação começou a se difundir em torno de Neuilly-sur-Marne. Depois começou a ser conhecido fora, mas mal visto.
A conversão dele datava de apenas dois anos, quando ele soube que havia uma assembleia geral de abades para tratar das Cruzadas.
Ele vai, se apresenta nessa assembleia e fala aos abades. Os abades se recusam a apoiá-lo.
Então, ele resolve dirigir-se ao povo que se comprimia do lado de fora. Falou com tanta força, com tanta unção, de um modo tão religioso que toda a multidão que o ouvia – velhos, homens, mulheres, nobres, plebeus – resolveu tomar a cruz.
Depois, ele começou a pregar a Cruzada por toda a região.
Entre os episódios, conta-se que ele encontrou, num castelo, um grupo de nobres ingleses e franceses, que se divertiam num torneio.