A "Battle of the Nations" realizada todos os anos, requer estádios para o crescente público |
Uma nova disciplina esportiva reconhecida em muitos países do mundo, deitou suas raízes na Argentina e está fazendo o mesmo no Brasil: o “Combate Medieval”.
Cavaleiros revestidos com armaduras que obedecem aos padrões históricos do século XIII em diante realizaram, em agosto de 2015, o primeiro torneio sulamericano, etapa da série mundial Historical Medieval Battles ou Batalhas Medievais Históricas – HMB.
O novo esporte surgiu há poucas décadas na Europa do Leste e já está bastante desenvolvido nos EUA, na Europa e em países asiáticos como o Japão e até na Austrália.
O Brasil já está dando seus passos e treinando sua seleção com a intenção de participar na “Battle of the Nations” em 2016, espécie de Copa do Mundo desse esporte.
Em Buenos Aires, lutadores do leste europeu deram uma aula magistral sobre o estrito regulamento e exemplos concretos de combate medieval para 150 lutadores do Brasil, do Chile, da Áustria, da Ucrânia, da Polônia, da Rússia e da anfitriã Argentina.
Há diversas categorias de combates. Acima combate individual na "Battle of the Nations" |
Adriana Di Francesco, capitã da seleção feminina argentina, contou seu primeiro mundial em 2013: “Treinamos e a equipe deu tudo. Nós nos propusemos ser os primeiros da América Latina. E hoje somos o país mais desenvolvido nesse esporte da região”.
Na Argentina há 15 clubes de HMB consolidados, que competem com o regulamento da HMB internacional, explicou Nicolás García, treinador do clube Companhia Lobo Negro.
A armadura deve ser completa, dos pés à cabeça. Deve ser autêntica, quer dizer, obedecer aos padrões históricos do século XIII.
Cada indivíduo escolhe a sua armadura. Na maioria dos casos, cada lutador fabrica a sua. Os fios de todas as armas devem ser arredondados, e não ter menos de 2 milímetros de grossura além de não ter ponta.
Os combates são individuais ou por equipes de até 21 combatentes, mas podem ser 5 contra 5, de 8, 16 ou de “todos contra todos”.
O combate de cinco contra cinco é uma categoria muito disputada. |
Os golpes podem ser dirigidos a qualquer parte do corpo, mas são proibidos na nuca, atrás do joelho ou nas articulações.
Eles visam derrubar o adversário, e não feri-lo. Quem cai por terra está derrotado. Ganha quem derruba todos ou quase todos – a juízo do Marshall – e o combate pode ter três lances ou rounds.
O combate singular é conhecido como Triatlon. Ele tem três fases, diferenciadas pelo tipo do armamento, cada uma com um minuto de duração.
A primeira se disputa com espadão (espada manejada com ambas as mãos); a segunda, com uma espada de uma mão e um escudo fixado no braço. A terceira se combate com una espada de uma mão e um escudo heráldico. O vencedor é definido por pontos em função dos impactos.
Combate Medieval no Brasil não é passado: é o presente rumo ao futuro |
“É um esporte full contact, mas há muita segurança”, explica Adriana Di Francesco.
“No combate, tu sentes o impacto, mas não dor; a maior luta é contra si próprio, por causa do peso da armadura. A motivação vem da vontade de combater e a ufania de vencer”.
Além dos combates, em torno da área de disputa monta-se uma aldeia medieval com artesões, comidas típicas, jogos e espetáculos alegóricos.
Todos os anos, em alguma cidade europeia onde o contexto histórico e os monumentos contribuem possantemente para o evento, realizam-se uma série de competições da nova disciplina, promovidas por diversas ligas, e fartamente documentadas em Youtube.
Mas há também torneios locais, nacionais ou internacionais de diversas dimensões. A nota dominante é a admiração pelo passado medieval, as Cruzadas e a Cavalaria.
por ocasião de um treino no castelo de Belmonte (Cuenca, Espanha):
Copa da International Medieval Combat Federation 2015, categoria 16 X 16, Polônia vs EUA, no castelo da Ordem Teutônica, em Malbork (Marienburg), Polônia. Mais sobre o castelo de Malbork (Marienburg)
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