domingo, 31 de maio de 2020

Templários: fé, prudência e bravura
ensinadas por São Bernardo de Claraval

São Bernardo de Claraval. Santuário de Lourdes
São Bernardo de Claraval. Santuário de Lourdes
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






O grande paladino de Nossa Senhora, São Bernardo abade de Claraval, falou sobre a vida que devem levar aqueles que combatem por Jesus Cristo, com estas palavras:

“Quando se aproxima a hora do combate, armam-se de fé os cavaleiros, abrem-se a Deus em sua alma e cobrem-se, por fora, de ferro, não de ouro, a fim de que assim sejam bem apercebidos de armas, não adornados com joias, infundam medo e pavor aos seus inimigos, sem excitar sua cobiça.”

Aqui a gente vê a prudência do santo. No tempo da guerra medieval muitos cavaleiros tomados por um certo mundanismo que invadia o ambiente da Cavalaria, gostavam de se apresentar com couraças de ouro ou prata, recamadas de pedras preciosas.

Agora, acontece que o ouro e a prata oferecem ao adversário um obstáculo muito menos forte do que o ferro.



Por outro lado, quando os maometanos viam uma couraça de ouro e de prata reluzente de pedras preciosas, o gênio comercial fazia com que houvesse o desejo de apreender aquilo que ingenuamente estava rutilando de objetos dignos de cobiça.

Então, São Bernardo entra argutamente no assunto e diz: para quem combate seriamente por Jesus Cristo, nada de mundanismo, nada de couraças que atraem o ódio do adversário, atraem a cobiça do adversário e não lhe metem medo.

Nós precisamos ter couraças que metam medo e não atraiam a cobiça. Quer dizer, é um modo de apresentar onde se apalpa a prudência do santo.

“É preciso ter cavalos fortes e velozes, não formosos e bem ajaezados”.

Oração antes de combate
Oração antes de combate
A outra ideia é lembrar exatamente que o cavalo bonito em batalha não serve; e é preciso ter cavalos fortes e velozes também.

Cavalo veloz serve para ir para a frente, mas para trás também.

Mas a questão é que quando é preciso recuar, na hora de recuar, é preciso recuar.

E se há um momento em que a virtude da prudência manda fugir, é preciso saber fugir.

O cavalo veloz é muito bom para o ataque, porque o impacto da lança do adversário está em razão da velocidade do cavalo.

Mas, por outro lado, o cavalo veloz é muito bom na hora da fuga e a gente vê que São Bernardo estima o cavalo para os dois efeitos.

Então, ele dá essa recomendação absolutamente pertinente.

O piedoso abade continua:

“pois o verdadeiro cavaleiro pensa mais em vencer do que em fazer proezas”.

Como isto é bem achado!

A proeza não adianta de nada, o que adianta é vitória.

O que o cavaleiro quer é esmagar o inimigo e implantar o Reino de Maria.

Se um tal processo, ou tal outro processo dá mais resultado mais vistoso ou menos, pouco importa. O que é preciso é alcançar o resultado.

“e os cavaleiros mundanos precisamente o que desejam é causar admiração e pasmo e não causar medo”.

A defesa de Acre pelos cavaleiros de Malta
A defesa de Acre pelos cavaleiros de Malta
Ora, diz ele, o que é preciso para um cavaleiro católico é causar turvação e medo.

Depois ele continua:

“Mostrando-se em tudo verdadeiros israelitas, que se adiantam ao combate pacífica e sossegadamente; mas apenas o clarim dá o sinal do ataque, deixando subitamente sua natural benignidade, parecem gritar com o salmista:

“Não temos odiado, Senhor, aos que te aborrecem? Não temos consumido de dor, ao ver a conduta de teus inimigos?”

Quer dizer, o exército católico marcha calmo e tranquilo em direção ao adversário.

Quando chega perto, exclama: Senhor, não é verdade que odiamos o teu adversário?

E começa então uma batalha que ninguém aguenta, que ninguém é capaz de deter, uma investida que ninguém é capaz de deter.

O contraste é magnífico: calma, fleuma, reflexão, e depois, em determinado momento, o ataque furioso. Esse ataque só o homem refletido faz; o homem irrefletido não faz.

É toda uma apologia da reflexão dirigindo todas as coisas, ou seja, da sabedoria dirigindo todas as coisas.


(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, 3.12.66, sem revisão do autor).




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