domingo, 30 de junho de 2019

Mulheres líderes da sociedade medieval

Mosteiro de Santa María la Real de las Huelgas, Burgos
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Algo inédito e que nos dias de hoje ‒ tão democráticos ‒ jamais aconteceria:

No século XII, Robert d'Arbrissel, um dos maiores pregadores de todos os tempos resolveu fixar a multidão de seguidores seus na região de Fontevrault.

Para isso ele criou um convento feminino, um masculino e entre os dois uma Igreja que seria o único local aonde os monges e as monjas poderiam se encontrar.

Ora, este mosteiro duplo foi colocado sob a autoridade, não de um abade, mas de uma abadessa.

Esta, por vontade do fundador, devia ser viúva, tendo tido a experiência do casamento.



Mosteiro de Santa María la Real de las Huelgas, Burgos
Para completar, a primeira abadessa que presidiu os destinos da Ordem de Fontevrault, Petronila de Chemillé, tinha 22 anos.

(Um parêntesis: nos dias de hoje alguém imaginaria um acontecimento destes sequer ser considerado?

Pois ele aconteceu na época em que os ignorantes costumam taxar como “Idade das trevas”).

No período feudal o lugar da mulher na Igreja apresentou algumas diferenças daquele ocupado pelo homem.

Mas este foi um lugar iminente, que simboliza, por outro lado, perfeitamente o culto, insigne também, prestado à Virgem Maria entre os santos.

E não é curioso como a época termine por uma figura de mulher ‒ Joana D'Arc, que seja dito de passagem, não poderia, jamais, nos séculos seguintes obter a audiência do rei, sendo ela mulher, plebéia e ignorante, conseguindo mesmo assim suscitar a confiança que conseguiu, afinal.

Pobre Joana D'Arc!

Luc Besson fez um filme de Santa Joana D'Arc digna dos melhores hospícios, completamente esquizofrênica e que confundia sua vingança pessoal com o que seria a voz de Deus. Sem comentários.


(Autor: Régine Pernoud, “Idade Média ‒ o que não nos ensinaram”).




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Um comentário:

Prof. Francisco Castro disse...

Nunca houve na missão de Santa Joana d´Arc o objetivo de uma vingança pessoal. Para justificar isto o diretor do Filme inventou o assassinato da irmã mais nova de Joana por um inglês. Os ingleses nunca invadiram a aldeia de Joana. Borgonheses sim, mas na ocasião nem Joana e nem seus familiares estavam na aldeia pois tinham fugido para um castelo próximo. A irmã de Santa Joana morreu de parto segundo testemunhos. Santa joana quando perguntada se tinha vontade de perseguir os Borguinhões respondeu apenas: Eu tinha grade desejo e vontade que o Rei recuperasse o seu Reino. Nenhum tipo de vingança ou desejo de matar por matar os ingleses ou borgonheses, como ela mesma disse, primeiro eu pedia a paz e apenas quando não se fazia a paz é que eu estava pronta para o combate.

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