domingo, 5 de dezembro de 2021

Quinto mito errado: A Idade Média foi a “noite de mil anos”, em que a cultura desapareceu.

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






REFUTAÇÃO: A Idade Média foi uma época de grande progresso cultural.
As grandes sumas, e as obras de arte que ainda permanecem insuperadas, o atestam.



1–Progresso geral

“No segundo terço do século XI começou um progresso acelerado. Foi uma fermentação de tudo; floração um tanto desordenada, audácia criadora, tal foi o tom do século XII. 
 
“De um século XII que a meu juízo começa a 1070 e se encerra por volta de 1180, e do qual seria umbral a igreja abacial de Trindade de Caen, e por fim o coro de Notre Dame de Paris, pedras milenares admiráveis. 
 
“De um século que formou a versão do autor de Roland, para concluir com a morte de Chrétien de Troyes, com o nascimento de Francisco de Assis. Do século de Abelardo e de São Bernardo de Claraval. 
 
“Do grande século XII, o mais fecundo da Idade Média” (Georges Duby, in “Histoire de la Civilisation Française”–trad. castellana–Fundo de Cultura Económica, México, p. 63).

2–Floração de escolas e Universidades

“Em sua corte de Aix-la-Chapelle, Carlos Magno fundou a “Scholla Palatina”, e ele mesmo participou das aulas como aluno. No ano 787, dispôs que se instalassem escolas em todos os mosteiros e cabidos. Posteriormente tal disposição foi ampliada” (Friedrich Heer, op. cit., p. 117). 
 
 
“As escolas monásticas medievais são a base e a origem de todas as escolas do Ocidente, principalmente universidades e escolas superiores”. 
 
E o autor cita as principais universidades do tempo, sua data de fundação e sua especialidade: Sorbonne, de Paris (1256, teologia), Bolonha (século XI, jurisprudência), Salerno (medicina). (Gerd Betz, “Historia de la Civilización Occidental”, Ed. Labor, Barcelona, 1966, pp. 153, 154). Mais sobre Universidades.

“Com Carlos Magno e seus sucessores, os mosteiros haviam atingido uma posição única de predomínio intelectual, espiritual e artístico. 
 
“Eram os únicos que proporcionavam mestres, escribas e diplomatas; eram os únicos que alimentavam a erudição, conservando intactos não só os textos da Bíblia e dos primeiros Padres, mas também grande parte da cultura do mundo clássico” (George Zarnecki, professor de História da Arte na Universidade de Londres, “La Apostación de las Ordenes”, in “La Baja Edad Media”, Ed. Labor, Barcelona, 1968, p. 63). Mais sobre as escolas.

3–Na Idade Média surgiram os primeiros hospitais

A Idade Média se caracterizou, entre outras coisas, pelo “... aparecimento dos hospitais, que adquiriram sua função atual com a fundação da Ordem de São João de Jerusalém (hoje Ordem de Malta) em 1099” (Friedrich Heer, “Wachau”, in “Historia de la Cultura Occidental”, ed. Labor, 1966, p. 193). Leia mais sobre os hospitais.

4 Desenvolvimento da música

“O Papa S. Gregório Magno deu aos cantos eclesiásticos romanos sua forma e ordenação definitivas (cerca do ano 600). 
 
“No século VIII o anglo-saxão Bonifácio (672-674) e Pepino III (714-768) introduziram o canto coral gregoriano nos conventos; sua continuidade foi assegurada com a “Schola Cantorum” de Metz” (Friedrich Heer, op. cit., p. 123).

“Os instrumentos da época carolíngea são: órgão portátil, flautas, gaitas, ‘chirímias’, trompetes e clarins; a lira, a cítara e a harpa; os címbalos, pratos e tímpanos. 
 
“A partir de 860 se introduz também um instrumento de corda de pequeno tamanho, a viella” (Friedrich Heer, op. cit., p. 123).
 
 
 


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3 comentários:

Varela disse...

Muito interessante a proposta do site, principalmente pelas refêrencias. Como estudante de História será de muita utilidade as informações aqui contidas.

Anônimo disse...

Excelente esse site,pois a História e nós estudantes,amadores e apreciadores da mesma,agradecemos...

Leandro Matias Deon disse...

Como professor de história e filosofia, sempre tenho a Idade Média como um período de imensa riqueza cultural.
Temos contra isso 5 séculos de intensa propaganda dos defensores da tese de um Renascimento único, que teria acontecido somente a partir do século XIV.
Na realidade, o declínio cultural provocado pela invasão germânica já tinha sido revertido na época carolíngia (o primeiro de renascimentos múltiplos) e a Europa medieval caminhava para ser uma civilização de primeira grandeza.

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