Gruta de Covadonga: local do milagre |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
No ano 722, em Covadonga começou a reconquista da Espanha invadida pelos árabes muçulmanos.
Foi ali que, segundo as crônicas, Pelayo (primeiro rei das Astúrias), derrotou aos seguidores de Maomé, com o auxílio miraculoso de Nossa Senhora.
Aquela vitória milagrosa deu início a 800 anos de Cruzada nos quais se constituiu a Espanha católica.
Cangas de Onís foi a capital do novo Reino de Astúrias até o ano 774.
Nela se estabeleceu o rei Don Pelayo, e desde ela empreendeu com seus homens diversas campanhas no norte da Espanha.
Cangas de Onís ficou com seu heroico rei como único foco de resistência ao expansionismo muçulmano até então invicto.
Don Pelayo |
Só ficou Don Pelayo, um punhado de valentes e, o mais valioso de tudo, o impulso vencedor da Cruz e de Nossa Senhora de Covadonga.
Na batalha de Covadonga, Don Pelayo portava uma Cruz com a inscrição em latim:
“HOC SIGNO TVETVR PIVS. HOC SIGNO VINCITVR INMICVS”
Quer dizer: “Com este signo o piedoso é protegido. Com este signo o inimigo é vencido”.
Hoje é o símbolo de Astúrias.
Junto à gruta da vitória milagrosa e sobre um pequeno morro surge hoje o Santuário de Covadonga.
Ele foi construído com a pedra avermelhada da região que se destaca entre o verde das pradarias e das florestas.
Na manhã cedinho, quando a névoa envolve o vale, é fácil ver o Santuário emergindo na solidão como se estivesse pairando no ar.
Etimologicamente Covadonga significa Cova da Senhora e está unida indissoluvelmente ao nascimento da nacionalidade hispânica.
Nossa Senhora de Covadonga, a "Santina" |
Nossa Senhora de Covadonga, a “Santina”
Bendita seja a Rainha da nossa montanha, cujo trono é o berço da Espanha.
Causa da nossa alegria, vida e esperança nossa, abençoa nossa Pátria e mostra que teus filhos, teus são.
Don Pelayo, o vencedor dos muçulmanos em Covadonga, hoje é considerado na Espanha “o símbolo de uma sociedade, que após ter caído, luta para reconquistar a liberdade, é o modelo para nós reconquistarmos uma sociedade invadida por outros bárbaros”.
Um comentário:
Já estive em Covadonga, em 1995. Na época, eu ainda não havia me reconvertido ao Catolicismo, e admirava apenas o lado artístico da religião. A igreja me impressionou pela cor da pedra utilizada na construção (uma espécie de rosa claro) e o dia estava nublado e neblinando. Depois, quando chegamos à capela na gruta, fomos todos tomados de um respeito sobrenatural, e nos quedamos silentes, enquanto aquelas pessoas rezavam. Sabíamos estar em um lugar sagrado e como tal nos portamos.
Guilherme
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