domingo, 12 de dezembro de 2021

Sexto mito errado: Na Idade Média a ciência ficou estagnada, e não houve progresso técnico.


Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






REFUTAÇÃO: A Idade Média conheceu um florescimento científico e técnico muito acentuado.
 

DOCUMENTAÇÃO


1–Conhecimentos técnicos em geral

• O manual “Schedula diversarum artium” (século XI), do monge Teófilo Presbítero, consigna importantes inventos e conhecimentos técnicos nos ramos de preparação de tintas, pintura, trabalhos de metal, produção de cristal, vitrais, construção de órgãos, trabalhos em marfim, com pedras preciosas e pérolas.



• O “Hortus deliciarum”, da abadessa Herrad de Landsberg (1160), traz numerosas descrições de todo o aparelhamento técnico que possibilitou a construção das magníficas catedrais. Saiba como a Igreja promoveu a ciência logicamente sistematizada e como floresceram ciências como a mecânica, as matemáticas, a física e a astronomia

Alguns dos progressos da época: Moinhos de vento; rodas hidráulicas; fundição de sinos; relógios; relógios com figuras móveis; roca e carretilha para fiação; carvão de pedra e sua utilização em forjas; exploração do carvão na Inglaterra e no Ruhr (Alemanha); serraria automática movida a água corrente (Cfr. Gerd Betz, “Historia de la Civilización Occidental”, p. 150).


2–Descobertas químicas durante a Idade Média

Antes do ano 1000 já se fabricava o álcool destilado do vinho. Nos séculos XII e XIII descobriu-se: amoníaco, ácido nítrico, ácido sulfúrico, alúmen. Estes elementos acarretaram grandes progressos na produção de extratos alcoólicos, tinturas, corantes, no polimento, na produção de cristais em cores (Cfr. Friedrich Heer, “Historia de la Civilización Occidental”, p. 183). Veja descobertas medievais surpreendeentes

“A razão desta evolução da técnica reside na tendência a uma atividade relacionada com a natureza e condicionada pela piedade religiosa, com a conseqüente afirmação do trabalho corporal e o desaparecimento das antigas formas de escravidão” (Friedrich Heer, op. cit., p. 115). Veja sobre a tecnologia e o copyright na Idade Média.

3–Outras inovações importantes

“O trabalho animal, até então mal aproveitado, é levado ao máximo desenvolvimento por meio de uma série de inventos. Por exemplo, o uso de coleiras nas guarnições para os cavalos, que multiplica por quatro a força de tração dos animais” (Friedrich Heer, op. cit., p. 115). Veja mais.

“Desde a época de Carlos Magno, vão ganhando terreno as construções de pedra: a maior revolução técnica na arquitetura, cuja importância se faz sentir durante um milênio” (Friedrich Heer, op. cit., p. 112).

“No tempo de São Francisco, “a atividade mercantil estava promovendo a prosperidade da Europa e desenvolvendo em todos os sentidos a capacidade das cidades” (Christopher Brooke, professor de História Medieval na Universidade de Liverpool, “Estructura de la Sociedad Medieval”, in “La Baja Edad Media”, ed. Labor, Barcelona, 1968, p. 39).


“Nos anos 1000 começa a difundir-se o uso do moinho de grãos movido por água corrente e construído pelos senhores, melhoramento considerável que economiza grande parte do tempo que se empregava em moer o trigo entre pedras” (Georges Duby, “Historia de la Civilización Francesa”, p. 15).

4–Transformação agrícola que mudou a face da Europa

“A expansão agrícola dos séculos XI e XII parece ter sido o único grande rejuvenescimento do conjunto das práticas camponesas que atingiu os campos franceses, desde a época neolítica até a ‘revolução agrícola’ dos tempos modernos” (Georges Duby, op. cit., p. 63).

“O cultivo da vinha na França, Áustria e região do Reno e Mosela deve muitíssimo aos monges. Até o século XIX e quase até nossos dias, muitas propriedades rurais foram exploradas segundo os princípios estabelecidos pelos monges medievais” (Gerd Bertz, in “Historia de la Civilización Occidental”, p. 143).

“Os campos da abadia de Cluny, situados na vanguarda do progresso, em meados do século XII, davam uma colheita seis vezes maior do que os grãos semeados nos melhores terrenos ... Foi uma renovação fundamental, que mudou profundamente todas as maneiras de viver, posto que graças a ela o camponês tirava de uma terra menos extensa, em igual tempo, com menos esforço, mais alimentos” (Georges Duby, op. cit., p. 66).

“Entre o ano 1000 e as proximidades do século XII esse prodigioso esforço, esses inumeráveis golpes de machados e enxadas dados por gerações de pioneiros, esses diques contra inundações, todas as queimas dos matagais, todas essas plantações de novas vinhas, deram aos campos da França uma nova fisionomia — a que conhecemos” (Georges Duby, op. cit., p. 70).

 



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7 comentários:

Anônimo disse...

A maior escola de progresso terá sido inclusivamente o Santo Ofício, vulgo Inquisição... Digamos que todo o conhecimento era sujeito a verdadeiras provas de fogo!

Como é que alguém, no seu juízo perfeito é capaz de uma afirmação deste calibre?

osátiro disse...

e então as centenas de milhões de mortos causados por Lenine, Estaline, MAO, Pol Pot e por aí fora?

Anônimo disse...

Vale lembrar que este ateu é fruto do comunismo que matou mais de cem milhôes de pessoas no mundo todo, contra a inquisição que foi cometida por homens e não pela Igreja que matou pouco mais de 4000 pessoas.

Bruno Ribeiro

Eduardo Araújo disse...

Sr. João Amaral, qual conhecimento era submetido a "verdadeiras provas de fogo"?

A Inquisição Medieval teve por objeto o catarismo e os valdenses, sem se ocupar de outro assunto.

Poderia citar-nos UM SÓ que tenha tido AO MENOS um constrangimento na época em tela, por causa de sustentar determinado conhecimento?

Claro, o senhor deve ser daqueles que se acham bem informados sobre a história, certo? Tão "bem informados", que no seu juízo perfeito repetem feito papagaios, cegos de furor anti-católico, as baboseiras que se criaram em torno das inquisições, como a de que todo e qualquer saber ou atividade cultural era repreendida pela Igreja.

Anônimo disse...

Pedir perdão então por quê? Quem faz o bem não pede perdão:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2005/papa/0057.shtml

Luis Dufaur disse...

Agradecemos a quem nos informou de um link quebrado nesta página. Já consertamos.

Anônimo disse...

O papa pediu perdao pelos pecados dos católicos 'PESSOAS' principalmente das que formavam o clero e nao pela Igreja pois esta é santa 'INSTITUIÇAO DIVINA'. ele teve a humildade que outros grandes lideres religiosos nao teve.dentro da Igreja existem pessoas como torquemada mas tambem como madre tereza de calcuta, nao culpemos a religiao pois o homem fez barbaridades nas mais belas e justas ideologias. o comunismo em nome do ateismo matou milhoes e nem por isso eu que sou catolico associo esta ideologia aos ateus ou os culpo. Dizem que a idade média é a idade das trevas para 'DEMONIZA' Deus e os crentes.se me perguntarem se eu queria viver neste tempo eu diria nao porque Deus quis que eu vivisse no sec 21. dizem que a idade media é a idade das trevas tambem porque muitas pessoas foram mortas nesta epoca. mas nao dizem que o seculo 20 que foi marcado por bilhoes de mortes incluindo os abortos, ciencia matando em massa foi trevas. sera que eles querem esconder que a cincia é mais perigosa que a religiao

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