Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Sim. Se Jesus Cristo é o verdadeiro ideal de perfeição de todos os homens, uma sociedade que aplique todas as Suas leis tem de ser uma sociedade perfeita, a cultura e a civilização nascidas da Igreja de Cristo tem de ser forçosamente, não só a melhor civilização, mas, a única verdadeira. Di-lo o Santo Pontífice Pio X:
"Não há verdadeira civilização sem civilização moral, e não há verdadeira civilização moral senão com a Religião verdadeira". (Carta ao Episcopado Francês, de 28-VIII-1910, sobre "Le Sillon").
De onde decorre com evidência cristalina que não há verdadeira civilização senão como decorrência e fruto da verdadeira Religião.
Não, Ela forma também povos, culturas, civilizações.
Porque Deus criou o homem naturalmente sociável, e quis que os homens, em sociedade, trabalhassem uns pela santificação dos outros.
Sim. Temos todos, pela própria pressão do instinto de sociabilidade, a tendência a comunicar em certa medida nossas ideias aos outros, e, em certa medida, em receber a influência deles. Isto se pode afirmar nas relações de indivíduo a indivíduo, e do indivíduo com a sociedade.
Os ambientes, as leis, as instituições em que vivemos exercem efeito sobre nós, têm sobre nós uma ação pedagógica.
Resistir inteiramente ao ambiente ruim, cuja influência nos penetra até por osmose e como que pela pele, é obra de alta e árdua virtude.
E por isto os primitivos cristãos não foram mais admiráveis enfrentando as feras do Coliseu, do que mantendo íntegro seu espírito católico embora vivessem no seio de uma sociedade pagã.
Sim. A cultura e a civilização são fortíssimos meios para agir sobre as almas. Agir para a sua ruína, quando a cultura e a civilização são pagãs.
Para a sua edificação e sua salvação, quando são católicas.
Por isso, a Igreja não pode desinteressar-se em produzir uma cultura e uma civilização, e se contentar em agir sobre cada alma a título meramente individual.
Sim. Toda a alma sobre a qual a Igreja age, e que corresponde generosamente a tal ação, é como que um foco ou uma semente da civilização cristã, que ela expande ativa e energicamente em torno de si.
A virtude transparece e contagia. Contagiando, propaga-se. Agindo e propagando-se tende a transformar-se em cultura e civilização católica.
Não. O próprio da Igreja é de produzir uma cultura e uma civilização cristã. É de produzir todos os seus frutos numa atmosfera social plenamente católica.
Sim. O católico deve aspirar a uma civilização católica como o homem encarcerado num subterrâneo deseja o ar livre, e o pássaro aprisionado anseia por recuperar os espaços infinitos do Céu.
E é esta nossa finalidade, nosso grande ideal. Caminhamos para a civilização católica que poderá nascer dos escombros do mundo de hoje, como dos escombros do mundo romano nasceu a civilização medieval.
Caminhamos para a conquista deste ideal, com a coragem, a perseverança, a resolução de enfrentar e vencer todos os obstáculos, com que os Cruzados marcharam para Jerusalém.
Porque, se nossos maiores souberam morrer para reconquistar o sepulcro de Cristo, como não queremos nós filhos da Igreja como eles lutar e morrer para restaurar algo que vale infinitamente mais do que o preciosíssimo sepulcro do Salvador, isto é, seu reinado sobre as almas e as sociedades, que Ele criou e salvou para O amarem eternamente?
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