domingo, 16 de junho de 2019

O papel da mulher na Idade Média

Ana de Bretanha
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Há quem pense que na Idade Média o papel da mulher era o de submissão total e completo ostracismo.

Há quem cogite que se pensava que a alma da mulher não era imortal ‒ afirmação gratuitamente preconceituosa e contraditória (se a alma é espiritual e imortal, como a alma feminina não seria? Seria uma alma mortal?).

Como a Igreja seria hostil a esses seres sem alma, mas durante séculos batizou, confessou e ministrou a Eucaristia a essas criaturas?



Branca de Castela dá ordens
Não é estranho que os primeiros mártires cristãos tenham sido mulheres (Santas Agnes, Cecília, Ágata etc)?

Como venerar a Virgem Maria como cheia de graça e considerá-la desalmada?

A historiografia contemporânea simplesmente apagou a mulher medieval.

Cristine de Pisan lêe para burgueses
Por exemplo, no plano social.

Dentro dessa perspectiva desapareceram da história personagens como Hilda de Whitby, que no século VII fundou sete mosteiros e conventos, ou quem sabe a religiosa alemã Hroswitha de Gandersheim, autora de dezenas de peças de teatro.

Em Bizâncio, numerosas eram as mulheres na universidade.

Anna Comnena fundou em 1083 uma nova escola de medicina onde lecionou por vários anos.

Eleonora da Aquitânia, enquanto rainha, desempenhou um importante papel político na Inglaterra e fundou instituições religiosas e educadoras.

Nos tempos feudais a rainha era coroada como o rei, geralmente em Rheims ou, por vezes, em outras catedrais.

A coroação da rainha era tão prestigiada quanto a do Rei.

A última rainha a ser coroada foi Maria de Medicis em 1610, na cidade de Paris.

Algumas rainhas medievais desempenharam amplas funções, dominando a sua época.

Tais foram Eleonora de Aquitânia (+1204) e Branca de Castela (+1252); no caso de ausência, da doença ou da morte do rei, exerciam poder incontestado, tendo a sua chancelaria, as suas armas e o seu campo de atividade pessoal.

Verdade é que a jovem era dada em casamento pelos pais sem que tivesse livre escolha do seu futuro consorte.

Todavia observe-se que também o rapaz era assim tratado; por conseguinte, homens e mulheres eram sujeitos ao mesmo regime.

(Autor: Régine Pernoud, “Idade Média ‒ o que não nos ensinaram”).





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2 comentários:

Cecilia Ferreira disse...

Seu blog é profundamente interesante.
Abraço,
Cecilia

Cláudio André disse...

Acabei de ler o livro "A Mulher no Tempo das Catedrais", de Regine Pernoud. Quantas mulheres notáveis a Idade Media produziu! Parabéns pelo seu belo e importante trabalho! Abraço.

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