domingo, 29 de agosto de 2021

Othon I, o Grande, restaurador da obra de Carlos Magno

Othon I representado no sarcófago de Carlos Magno, Aachen
Othon I representado no sarcófago de Carlos Magno, Aachen
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Othon I, o Grande, foi chamado a reger o Sacro Império num momento muito delicado.

O sacro império fora instituído na pessoa de Carlos Magno que foi o ápice da sua dinastia. Os Carolíngios, isto é seus descendentes, gastaram inconsideradamente o patrimônio legado pelo grande Carlos em brigas recíprocas sem glória.

Depois do filho de Carlos Magno Luiz, o Piedoso, o Império foi dividido em três partes.

A França e a parte espanhola do Império coube ao príncipe Luis; a Alemanha coube a Carlos outro filho e a parte central coube a um terceiro filho de nome Lotário.

Esta parte central ocupava os Países Baixos, a Alemanha mais ou menos na linha da Borgonha e da Lorena, a Suíça e a Itália. Formava um grande eixo que corria a Europa de Norte a Sul.

Os Carolíngios alemães decaíram terrivelmente e nem se sabe bem exatamente quando faleceu o último carolíngio alemão.

Em 896 era rei da Alemanha um Carolíngio, Arnolfo, que se fez coroar rei da Itália pelo cardeal Formoso. Por causa disso o cardeal, originário de Óstia, Itália, foi excomungado pelo Papa João VIII.

O reinado de Arnolfo foi característico do caos feudal que grassou na decadência dos descendentes carolíngios. O império foi subdividido entre numerosos reizetes.

Arnolfo se fez coroar imperador em 896 pelo mesmo Formoso que se tinha tornado Papa e haveria de ser processado escandalosamente post mortem.

Alguns o consideram o último carolíngio, mas outros acham que seu filho chamado Luiz, o Menino, coroado no ano de 900, foi quem encerrou a continuidade da dinastia do grande Carlos. Cfr. Wikipedia, verbete Papa Formoso.

Othon I, rei e imperador
Othon I, rei e imperador
Extinta a dinastia, os chefes dos ducados étnicos mais importantes elegeram imperador a Conrado I, o Sábio.

Os eleitores não quiseram saber de imperador ou rei hereditário. Declararam que cada vez que o trono vagasse, elegeriam um outro. Nasceu assim o hábito de ser o imperador eletivo.

Quando Othon subiu ao trono, a Alemanha se compunha dos chamados ducados étnicos. Quer dizer, das grandes famílias de povos alemães: a Saxônia, a Lorena, a Baviera, a Suábia e a Francônia.

O povo alemão muito numeroso tinha uma tendência muito grande para o regionalismo, o individualismo, para a formação de pequenos lares, aldeias e circunscrições ricas em vida própria e inteiramente típicas.

Othon I encontrou diante de si o feudalismo que se formava e que estava na força de sua expansão.

A sua tarefa então consistiu, em primeiro lugar, em não conter nem destruir essas forças feudais que subiam.

Esses grupos feudais alemães julgavam conveniente que provindo todos de uma origem comum deveriam ter um governo comum para os vários grupos. Mas, por outro lado, em virtude de seu regionalismo, viviam brigando entre si.

Othon I realizou a dura tarefa de reunir os povos germanos dispersos
Othon I realizou a dura tarefa de reunir os povos germanos dispersos
Othon então teve que restaurar continuamente a unidade porque ela se desfazia em brigas locais. Mas deveria recriar sempre a união sem asfixiar os grupos feudais que eram os elementos constitutivos do tecido vivo do império.

Ao mesmo tempo, Othon tinha que lutar contra os adversários da Cristandade, que eram muito poderosos no Oriente. Por exemplo, o litoral báltico e a Polônia eram habitados por bárbaros cruéis em perpétua luta contra os alemães.

Então, Othon decidiu expandir a Fé para aquelas paragens e chegar, se possível, até um povo selvagem e inóspito que habitava a atual Dinamarca, e outros mais selvagens e mais inóspitos, na Suécia e na Noruega.


Um comentário:

Veracy Silva disse...

O Sr coloca história como tivesse vivido naquela época, É como tivesse entrado dentro do livro parabéns.

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