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Cientistas consideram o mundo. Fr. Bartolomeu OFM, o Inglês: "Livro das propriedades das coisas", BnF, fr 134, f, 169. |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Estudando a história, poder-se-ia achar que a vida na Idade Média era muito mais movimentada do que a de nossos dias. De fato parece ser.
A movimentação era, entretanto, num outro campo e por razões diferentes das movimentações de hoje.
A atividade dos corpos talvez fosse menor. Certos homens viajavam muito, mas era apenas uma certa categoria de homens: os mercadores, os estudantes, os nobres.
Mas a maior parte das populações ficava fixa nas cidades. E o geral dos homens viajava muito menos que os de hoje.
Agora, acontece que enquanto a vida física de um homem era menos trepidante, sua vida espiritual, intelectual e moral era muito mais sujeita a flutuações e muito mais cheia de vais-e-vens. Isso determinava uma diferença de “colorido” na vida medieval.
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Monges cantam o Ofício |
Podemos olhar em torno de nós e veremos que são poucas as pessoas que mudaram de mentalidade.
A maior parte das pessoas não muda de mentalidade. A mentalidade que têm consiste em:
– não ter mentalidade, pelo menos explícita,
– ser adoradores desse século,
– levar uma vida agradável,
– procurar, sobretudo, viver como se entende,
– não se impressionar com princípios, nem se deixar guiar por nenhuma espécie de doutrina.
Esse tipo de mentalidade é tão arraigado que podemos contar pelos dedos os pecadores que se arrependeram, ou se converteram, e passaram a ser pessoas de virtude. No homem contemporâneo há uma espécie de regra de fixidez.
Há uma certa categoria de gente que sabemos que é “boa” e que vai naquele passo manso até o fim da vida... E há uma outra categoria que a gente sabe que não presta, e que também vai no passo de louco até o fim da vida.
As categorias são mais ou menos definidas e delimitadas.
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São Patrício, apóstolo da Irlanda |
Vemos também regiões heréticas que se convertem real e profundamente. E homens ímpios que se convertem de um momento para outro.
Mas vemos histórias pavorosas de apostasias de padres que fogem dos conventos e fazem coisas medonhas. Pessoas que eram boas e viviam na vida de família mas que apostataram.
Esta ‘movimentação” se deve a alguns fatos:
Em primeiro lugar, a vitalidade do homem medieval era muito mais exuberante.
Em segundo lugar, o homem medieval tinha mentalidade e ideias. Quando se tem mentalidade e ideias é possível mudar-se de uma para outra.








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