domingo, 3 de novembro de 2019

A intensa movimentação das almas na Idade Média

Cientistas consideram o mundo.  Bartolomeu o Inglês, "Livro das propriedades das coisas"
Cientistas consideram o mundo.
Fr. Bartolomeu OFM, o Inglês: "Livro das propriedades das coisas", BnF, fr 134, f, 169.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Na Idade Média: vida intelectual, espiritual e moral sujeita a flutuações e cheia de vais-e-vens

Estudando a história, poder-se-ia achar que a vida na Idade Média era muito mais movimentada do que a de nossos dias. De fato parece ser.

A movimentação era, entretanto, num outro campo e por razões diferentes das movimentações de hoje.

A atividade dos corpos talvez fosse menor. Certos homens viajavam muito, mas era apenas uma certa categoria de homens: os mercadores, os estudantes, os nobres.

Mas a maior parte das populações ficava fixa nas cidades. E o geral dos homens viajava muito menos que os de hoje.

Agora, acontece que enquanto a vida física de um homem era menos trepidante, sua vida espiritual, intelectual e moral era muito mais sujeita a flutuações e muito mais cheia de vais-e-vens. Isso determinava uma diferença de “colorido” na vida medieval.

No homem contemporâneo: fixidez de mentalidade pela ausência de idéias e princípios

Monges cantam o Ofício
Monges cantam o Ofício
Ao contrário, o homem de hoje em dia é habitualmente fixo na sua mentalidade.

Podemos olhar em torno de nós e veremos que são poucas as pessoas que mudaram de mentalidade.

A maior parte das pessoas não muda de mentalidade. A mentalidade que têm consiste em:

– não ter mentalidade, pelo menos explícita,

– ser adoradores desse século,

– levar uma vida agradável,

– procurar, sobretudo, viver como se entende,

– não se impressionar com princípios, nem se deixar guiar por nenhuma espécie de doutrina.

Esse tipo de mentalidade é tão arraigado que podemos contar pelos dedos os pecadores que se arrependeram, ou se converteram, e passaram a ser pessoas de virtude. No homem contemporâneo há uma espécie de regra de fixidez.

Há uma certa categoria de gente que sabemos que é “boa” e que vai naquele passo manso até o fim da vida... E há uma outra categoria que a gente sabe que não presta, e que também vai no passo de louco até o fim da vida.

As categorias são mais ou menos definidas e delimitadas.

Razões da “movimentação” de alma do homem medieval: exuberância de vitalidade e vida segundo idéias e princípios

São Patrício, apóstolo da Irlanda
São Patrício, apóstolo da Irlanda
Na Idade Média não era assim. Vemos, às vezes com espanto, regiões inteiras profundamente católicas que mudam, de repente, e caminham até os extremos da heresia mais declarada.

Vemos também regiões heréticas que se convertem real e profundamente. E homens ímpios que se convertem de um momento para outro.

Mas vemos histórias pavorosas de apostasias de padres que fogem dos conventos e fazem coisas medonhas. Pessoas que eram boas e viviam na vida de família mas que apostataram.

Esta ‘movimentação” se deve a alguns fatos:

Em primeiro lugar, a vitalidade do homem medieval era muito mais exuberante.

Em segundo lugar, o homem medieval tinha mentalidade e ideias. Quando se tem mentalidade e ideias é possível mudar-se de uma para outra.







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