Papa Bonifácio VIII formulou a “Doutrina dos dois gládios”, afresco em Anagni |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
“O Evangelho nos ensina que há na Igreja e no poder da Igreja dois gládios: o espiritual e o temporal.
Quando os Apóstolos disseram: “Temos aqui dois gládios” – aqui, isto é, na Igreja – o Senhor não respondeu: “É demasiado”. Pelo contrário, respondeu: “isto basta”.
“Por certo, aquele que nega que o gládio temporal esteja no poder de Pedro, desconhece a palavra do Senhor que disse: “Recoloca tua espada na bainha”.
“Portanto, um e outro gládio estão no poder da igreja, o espiritual e o temporal; mas este deve ser tirado para a Igreja, aquele pela Igreja; um pela mão do sacerdote, o outro pela mão dos reis e dos soldados, mas com o consentimento e o beneplácito do sacerdote.
“Contudo, é preciso que o gládio esteja subordinado ao gládio; a autoridade temporal ao poder espiritual, porquanto diz o Apóstolo:
“Não há poder que não venha de Deus, mas os que existem foram instituídos por Deus”; ora, esta ordem não existiria se um dos dois gládios não estivesse subordinado ao outro, e, enquanto seu inferior, ligado por ele à categoria suprema, pois segundo São Dionísio:
Os chefes temporais estão submetidos ao poder dos Papas.
O rei da França Luis VI diante do Papa Calisto II.
“A lei da divindade é que as coisas inferiores devem estar ligadas às superiores pelos intermediários”.
“Devemos reconhecer que o poder espiritual supera em dignidade e em nobreza todo poder temporal, tanto mais evidentemente quanto as coisas espirituais superam de muito as coisas temporais. Cabe ao poder espiritual instituir o temporal e julgá-lo caso não seja bom.
“Verifica-se, assim, atinente à Igreja e ao poder eclesiástico, o oráculo de Jeremias: “Eu vos constitui sobre as nações e sobre os reinos, etc.”.
“Se, portanto, o poder temporal se desvia, ele será julgado pelo poder espiritual; se o poder espiritual desvia-se, o inferior será julgada pelo superior, e se é o poder superior, só por Deus.
“Ele não poderá ser julgado pelo homem, como atesta o Apóstolo: “O homem espiritual julga todas as coisas e não é julgado por ninguém”.
Um comentário:
Os muçulmanos entendem isso muito bem.
Quem dita as regras, pede e fiscaliza a obediência ao Corão, a ponto de comandar ataques suicidas tanto contra muçulmanos como não muçulmanos, são os muslins, aiatolás, enfim seus chefes "sagrados". Depois da secularização, principalmente a partir de 1789, o Ocidente perdeu a direção do sagrado.
Oxalá o ditos países "cristãos" possam abrir os olhos para não serem engolidos por àqueles.
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