A sagração dos reis da França: um dos pontos altos da suavização dos costumes na Idade Média |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O sistema feudal maneja toda uma sucessão de arbitragens naturais: o vassalo pode sempre recorrer de um senhor ao suserano deste último; o rei, à medida que a sua autoridade se estende, exerce cada vez mais o seu papel de mediador; o Papa, enfim, continua o árbitro supremo.
Basta, frequentemente, a reputação de justiça ou de santidade de um grande personagem para que se recorra, assim, a ele.
A Idade Média não contestou o problema da guerra em geral, mas, por uma série de soluções práticas e de medidas aplicadas no conjunto da Cristandade, restringiu sucessivamente o domínio da guerra, as crueldades da guerra, as durações da guerra.
É assim, com leis precisas, que se edificou a Cristandade pacífica.
A primeira destas medidas foi a Paz de Deus, instaurada desde o fim o século X: é também a primeira distinção que foi feita, na história do mundo, entre o fraco e o forte é feita proibição de maltratar as mulheres, as crianças, os camponeses e os clérigos; as casas dos agricultores são declaradas invioláveis como as igrejas.
A grande glória da Idade Média é ter empreendido a educação do soldado, é ter feito do soldado da velha guarda um cavaleiro.
Aquele que se batia por amor dos grandes golpes, da violência e da pilhagem tornou-se o defensor do fraco; transformou a sua brutalidade em força útil, o seu gosto pelo risco em coragem consciente, a sua turbulência em atividade fecunda.
O cavaleiro deve ser piedoso, dedicado à Igreja, respeitador das suas leis: a sua iniciação começa com uma noite inteira passada em orações diante do altar sobre o qual está deposta a espada que ele cingirá.
A cavalaria foi o grande entusiasmo da Idade Média; o sentido da palavra: cavalheiresco, que ela nos legou, traduz muito fielmente o conjunto de qualidades que suscitavam a sua admiração.
Basta percorrer a sua literatura, contemplar as obras de arte que dela nos restam, para ver por todo o lado, nos romances, nos poemas, nos quadros, nas esculturas, surgir este cavaleiro do qual se representa
Quando uma máquina de guerra é demasiado mortífera, o papado proíbe o seu emprego; o uso da pólvora de canhão, cujos efeitos e composição se conhecem desde o século XIII, só começa a propagar-se no dia em que a sua autoridade já não é suficientemente forte e em que já se começam a esboroar os princípios da Cristandade.
Escreve Orderic Vital, “por temor de Deus, por cavalaria, procurava-se aprisionar de preferência a matar. Guerreiros cristãos não têm sede de espalhar sangue”.
“Em todas as suas ações, diz o autor de “l’Entrée em Espagne”, o cavaleiro deve se propor um duplo fim: a salvação de sua alma e a honra da Igreja da qual ele é o guardião.
“Sustentar a Cristandade é um termo que aparece frequentemente em nossos velhos poemas, e que exprime bem o que quer dizer”.
“Quando o jovem deixa a casa paterna, a última palavra que a mãe lhe dirige é para lembrá-lo deste augusto dever: “Serve a Jesus Cristo e a Santa Igreja”.
2 comentários:
meu Deus podia ta resumido nerh
Ta otimo. Entendi muito bem esse assunto atraves desse texto
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