Guédelon poucos anos atrás |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
No fundo de uma floresta do centro da França um inusual experiência arquitetônica já antevê a terminação de um castelo construído com técnicas medievais, sem concessão a instrumentos modernos, noticiou a BBC.
As torres do castelo de Guédelon iniciado em 1998 na Borgonha superaram os 15 metros de altura.
Nos bosques, lenhadores abatem as árvores que serão empregadas.
O cimento é desconhecido e mestres pedreiros lapidam as pedras.
O aço sai das forjas, e até as roupas dos operários provêm dos ateliers do castelo.
Em 2020 a construção se aproxima ao fim. O telhado está sendo concluído e a pintura dos salões internos do castelo já começou.
O jornalista Hendrik Welling da agência oficial alemã Deutsche Welle foi fazer a reportagem e acabou se alistando como um dos 600 voluntários que participam nos trabalhos, segundo suas possibilidades.
Fez a experiência inusual para alguém habituado às facilidades modernas do que é o duro trabalho manual com os rústicos métodos medievais, mas ficou encantado.
Mais de 300.000 pessoas, sobre tudo famílias, visitam o canteiro cada ano. O trabalho manual artesanal suscita uma incrível admiração.
O mundo acadêmico acompanha com respeito. Diversos especialistas e arqueólogos acompanham de perto o surgimento de um castelo 100% medieval no século XXI.
Os desenhos foram tirados de um estilo de fortaleza popularizada no século XIII no reinado de Felipe Augusto, avó de São Luis.
O castelo vai surgindo a 200 quilometros ao sul de Paris, perto da cidade de Treigny na região da Borgonha, cheia de história e famosa pelos seus magníficos vinhos.
O projeto de Guédelon quer reproduzir fielmente todos os aspectos da vida no século XIII.
Por isso não só as técnicas de construção mas o estilo de vida medieval foi adotado pelos artesãos, engenheiros, pedreiros e todos os que querem colaborar gratuitamente com seu trabalho manual.
Hendrik Welling aprendeu a cortar a pedra, talha-la, e como faziam os medievais gravou suas iniciais na pedra para a posteridade. Escolheu DW, de Deutsche Welle, a agência que o enviou a fazer a reportagem.
Mas também fez funcionar o elevador, uma roda em que o homem, no caso Hendrik, vai caminhando dentro, fazendo-a girar e que por meio de cabos e polias sobe as cargas pesadas.
O vídeo de suas experiências, façanhas e reportagem está embaixo.
Nunca antes chegou a haver um castelo no local.
Guédelon é um prédio medieval totalmente do nosso milênio que ocupa 70.000 metros quadrados de superfície (7 hectares).
Por volta de quarenta artesões e empregados trabalham estavelmente.
Mas nas épocas das férias muitas dezenas de voluntários vem a colaborar gratuitamente pelo tempo que tenham disponível... e apreendem a construir como autênticos medievais.
Guédelon no início de 2020 |
Os artistas já pensam no “depois” de concluída fortificação, e anunciam continuar com o exemplo dos castelos que eram perpetuamente ampliados e melhorados.
Muitos ensinamentos estão sendo tirados da experiência, porém o mais singular é o entusiasmo de o número de artesões e operários voluntários que querem sair da camisa de força da modernidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo comentário! Escreva sempre. Este blog se reserva o direito de moderação dos comentários de acordo com sua idoneidade e teor. Este blog não faz seus necessariamente os comentários e opiniões dos comentaristas. Não serão publicados comentários que contenham linguagem vulgar ou desrespeitosa.