domingo, 17 de maio de 2020

Santa Sé absolveu os Templários, ordem que está nas origens do Brasil


Luis Dufaur
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A Santa Sé anunciou a publicação de um documento pontifício que absolve a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, ou Templários, dos cargos que lhe foram imputados.

Esta ordem militar de cavalaria foi fundada em Jerusalém em 1118, nos tempos das Cruzadas, por Hugo de Payens e Geoffroy de Saint-Omer e companheiros.

Ela protegia os peregrinos que iam a Terra Santa.

domingo, 10 de maio de 2020

Tratado médico medieval inspira combate às epidemias

Atenção aos enfermos na Idade Média
Atendimento dos enfermos na Idade Média
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Os princípios gerais de combate às epidemias foram elaborados na Idade Média, como bem demonstra o Regimento de preservação da pestilência, do século XIV.

Ele compendia medidas, remédios e tratamentos para prevenir o contágio que estão sendo utilizados hoje na luta contra o coronavírus.

Esse tratado foi composto pelo mestre em Arts i Medicina Jaime d’Agramont, catedrático de Medicina da Universidade Estudi General de Lérida, em face da violenta epidemia chamada Peste Negra, lembrou o jornal “La Vanguardia”, reproduzido por “Clarín”.

domingo, 3 de maio de 2020

Simbolismo medieval da nave:
Arca da Salvação, maternidade da Igreja


Luis Dufaur
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O nártex (vestíbulo sob o coro) logo na entrada da igreja é o primeiro espaço sagrado da casa de Deus.

Também é conhecido como galilé, porque dali parte a procissão que, no início da Missa, dirige-se até o altar, simbolizando a jornada de Cristo desde a Galiléia até Jerusalém, rumo ao sacrifício do Calvário.

No nártex, a água benta lembra o batismo, a necessidade do perdão dos pecados, e tem efeito exorcístico sobre o demônio e as tentações.

A nave encarna a “Arca de Salvação”.

A Igreja, Ela própria, é essa arca, a Barca de Pedro.

Simboliza também o seio materno, pois a Igreja gera as almas para o Céu.

domingo, 26 de abril de 2020

Idade Média: floresta repleta de símbolos


Luis Dufaur
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Para a Idade Média o universo era um livro imenso, escrito pela própria mão de Deus, onde cada ser era uma palavra cheia de significado.

Para o medieval o ignorante apenas olha e vê figuras para se instruir.

O sábio se eleva das coisas visíveis às invisíveis.

Na natureza ele lê o pensamento de Deus.

A ciência não consistia então em estudar as coisas em si mesmas, mas em penetrar os ensinamentos que Deus nelas pôs para nós homens.

sábado, 11 de abril de 2020

Domingo de Ressurreição, esperança de restauração da Civillização

Cristo ressurrecto, basílica dos Santos Pedro e Paulo, Malta. Fundo: rosácea catedral de Chartres, França.
Cristo ressurrecto, basílica dos Santos Pedro e Paulo, Malta.
Fundo: rosácea catedral de Chartres, França.
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Assim que a alma de Nosso Senhor voltou ao corpo, Ele apareceu a Nossa Senhora.

Como terá sido esse encontro?

Ele pode ter aparecido como Senhor esplendoroso,

Rei, como nunca ninguém foi nem será rei.

Ou, com um sorriso que lembrava o primeiro olhar no presépio de Belém.

O que Ele comunicou a Ela?

O que Nossa Senhora terá dito, vendo-O e amando-O perfeitamente?

Foi o primeiro louvor que Jesus recebeu após a Ressurreição, feito em nome da Igreja toda.

domingo, 5 de abril de 2020

Símbolos dos Papas tomaram forma final na Idade Média

Tiara do Beato Pio IX, doada pela Bélgica
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A tiara, também conhecida como “triregno” (literalmente tríplice reinado) é a coroa própria dos Papas.

Ela está composta de três coroas e leva no topo um globo com a cruz.

É uma coroa única no mundo. E tomou sua forma praticamente definitiva durante a Idade Média.

Coroas semelhantes à tiara já foram usadas na Antiguidade, inclusive por egípcios, partos, armênios e frigios.

A origem mais remota dela está no Antigo Testamento. Deus disse a Moisés:

“Farás também uma lâmina do mais puro ouro, na qual farás abrir por mão de gravador: ‘Santidade ao Senhor’. E atá-la-ás com uma fita de jacinto e estará sobre a tiara, iminente à testa do pontífice. E Arão levará sobre si. E sempre esta lâmina estará sobre a sua testa para que o Senhor lhe seja propício” (Ex, 28, 36-37).

Aarão, irmão de Moisés é o arquétipo de Sumo Sacerdote e prefigura os Papas instituídos por Nosso Senhor Jesus Cristo na pessoa de São Pedro, e continuado por seus sucessores de Roma.

O Papa Sérgio III (904-911) fez cunhar moedas com a imagem de São Pedro com tiara.

Na basílica inferior de São Clemente, em Roma, um fresco do fim do século XI apresenta o Papa Adriano II (867-872) com a tiara.

A primeira coroa da tiara reúne simbolicamente a jurisdição eclesiástica do Papa e a coroa do governo temporal sobre os feudos pontifícios.

domingo, 29 de março de 2020

Símbolos Papais requintados na Idade Média

Anel do Pescador que foi de Bento XVI.
Anel do Pescador que foi de Bento XVI.
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No post “Símbolos dos Papas tomaram forma final na Idade Média”, apresentamos a contribuição que a “Doce primavera da Fé” deu para a criação ou definição de certas insígnias dos Papas.

Essas insígnias não correspondem a uma época, mas a todas as épocas e provêm de ensinamentos evangélicos ou da Tradição da Igreja.

Neste post trataremos de outras insígnias e da parte que a Era Medieval teve em sua elaboração.

O Anel do Pescador é dos mais importantes símbolos. Consiste num anel de ouro no qual está gravada a Barca de Pedro, símbolo da Igreja, e em volta, o nome do Papa que o está usando.

A primeira menção documentada ao Anel está contida numa carta do Papa Clemente IV de 1265. Nela, o Pontífice dizia que era costume dos sucessores de Pedro muito anteriores a ele, manter sigilosas suas cartas.

Veja mais em: Símbolos dos Papas que tomaram forma final na Idade Média

Isto se fazia através de um pouco de cera quente no fim do texto ou para fechar o envelope. O Papa aplicava então o Anel, que deixava cunhado seu nome e a Barca.

domingo, 22 de março de 2020

Avança um castelo medieval do século XXI

Guédelon poucos anos atrás
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No fundo de uma floresta do centro da França um inusual experiência arquitetônica já antevê a terminação de um castelo construído com técnicas medievais, sem concessão a instrumentos modernos, noticiou a BBC.

As torres do castelo de Guédelon iniciado em 1998 na Borgonha superaram os 15 metros de altura.

Nos bosques, lenhadores abatem as árvores que serão empregadas.

O cimento é desconhecido e mestres pedreiros lapidam as pedras.

domingo, 15 de março de 2020

Abadia milenar de Solesmes, uma arca de salvação

A vida na solidão acompanhado por Deus
A vida na solidão acompanhado por Deus
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Às cinco da manhã ainda está escuro no verão e no inverno faz muito frio.

A cidade toda de Solesmes dorme bem arroupada enquanto o velho sininho da abadia se põe a repicar com sua milenar nota.

Os monges estão sendo convocados a cantar a primeira Hora do dia.

Silhuetas silenciosas se encaminham para a igreja fazendo deslizar seus hábitos pretos sobre o chão de pedra.

De ali a pouco suas vozes entoam as antífonas, leituras e salmos à glória dAquele que os convocou ali.

“Qui bene cantat, bis orat” (“Quem canta bem, reza duas vezes”) ensinou Santo Agostinho.

Em Solesmes os monges cantam sete vezes por dia, trinta e cinco horas por semana, explica o Pe. Paul-Alain.

O brilho do olhar dos monges percebe-se a plenitude do gáudio sobrenatural que enche suas almas.

domingo, 8 de março de 2020

Cluny deu ao mundo uma civilização superior

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Continuação do post anterior: O eco da glória de Cluny superou o milênio




Por causa dos monges de Cluny, os filhos da França, em terra da França, elaboraram o ideal de uma civilização superior, continuou o acadêmico René Bazin.

Cluny foi uma grande escola de arte e de artistas. Certamente essa não foi a finalidade primeira da Ordem que visava fazer santos.

Mas como a perfeição ordena cultivar todo movimento nobre, São Bento, escrevendo sua Regra já o tinha previsto.

domingo, 1 de março de 2020

O eco da glória de Cluny superou o milênio


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Por volta de setembro do ano 910, quando reinava na França Carlos III o Simples, portanto no início do feudalismo, deu-se um evento cuja lembrança 1100 anos depois congregou a nata da intelectualidade francesa e mundial.

Objetivo: testemunhar gratidão pela criação da Ordem de Cluny, ramo beneditino, que pela sua grandeza foi chamada também de “Igreja de Cluny”.

O escritor René Bazin foi encarregado pela famosa Académie Française de pronunciar o elogio por ocasião do cumprimento do milenário da maior e mais requintada das abadias que já houve.

domingo, 23 de fevereiro de 2020

Santo Tomás de Aquino entrega sua alma a Deus com um ato de fidelidade e submissão à Santa Igreja

São Tomás de Aquino esmaga os heréticos, Benozzo Gozzoli
Santo Tomás de Aquino esmaga os heréticos, Benozzo Gozzoli
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O santo faleceu a 7 de março 1274 no convento cisterciense de Fossanova, Itália, onde parou para se recuperar de um acidente sofrido durante viagem para o Concílio de Lyon.

No livro intitulado “S. Tommaso d’Aquino”, lemos os seguintes dados relativos aos últimos momentos do Doutor Angélico.

“Devido à fraqueza que o dominava, não podia mais acompanhar a comunidade nos ofícios religiosos na capela. Pediu ardentemente para receber o Viático e a comunhão”.

“O Santo Viático foi-lhe ministrado solenemente a 4 ou 5 de março. O próprio abade levou a comunhão ao quarto do enfermo.

“Ao redor, estavam, de joelhos, os religiosos do mosteiro e um bom número de frades menores (franciscanos), os quais, na maioria, pertenciam ao séquito do bispo Francisco de Terrafina, também presente nessa circunstância.

“E, finalmente, muitos frades pregadores (dominicanos), que, à notícia da doença do mestre Tomás, acorreram dos conventos vizinhos de Agnani e Gaeta.

domingo, 16 de fevereiro de 2020

São Tomás:a finalidade e a ordem do Universo:
quinta via para concluir que Deus existe

Esfera celeste, Cambridge, Harvard University,
Houghton Library, MS Typ 007
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QUINTA VIA: A FINALIDADE E A ORDEM DO UNIVERSO

Tudo o que existe tem uma finalidade. Inclusive as coisas que não tem inteligência agem visando um fim.

E todas essas coisas agem com uma harmonia de fundo: por exemplo os insondáveis e admiráveis equilíbrios que permitem a existência da vida na Terra.

Logo há uma causa que governa todos esses fatores para que possam atingir harmonicamente o equilíbrio final.

Essa causa chama-se Deus.

Assim, o demonstra São Tomás na “Suma Teológica” (I 2,3):

“A quinta via é tomada do governo do mundo.

domingo, 9 de fevereiro de 2020

São Tomás: a quarta via que prova Deus existir é a da perfeição dos seres

S.Tomás de Aquino (entre Platão e Aristóteles)
esmaga Averroes. Benozzo Gozzoli.
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QUARTA VIA: OS DIFERENTES GRAUS DE PERFEIÇÃO

Vemos que todas as coisas possuem qualidades: beleza, cor, doçura, etc.

E vemos que é necessário que haja em algum lugar algum ser que possua essas qualidades na perfeição.

Procuramos o quadro perfeito, a rosa perfeita, a bebida perfeita, o amigo perfeito, etc.

Esse ser perfeito é uma necessidade. E o ser supremamente perfeito que tem em si todas as qualidades é Deus.

Explica São Tomás (“Suma Teológica”, I 2,3):

“A quarta via considera os graus de perfeição que há nos seres.

“Vemos nos outros seres que uns são mais ou menos bons, verdadeiros e nobres do que outros, e o mesmo acontece com as diferentes qualidades.

domingo, 2 de fevereiro de 2020

São Tomás: a terceira via para demonstrar que Deus existe

No Juízo Final, rosácea do Apocalipse, Notre Dame de Paris
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TERCEIRA VIA: A CONTINGÊNCIA DOS SERES

Os seres que vemos são limitados ‒ contingentes ‒ inclusive no tempo e acabam morrendo e se desfazendo.

Portanto todos os seres que vemos não existem desde sempre e um dia vão deixar de existir.

E portanto houve um momento em que nada existiu.

Se nada existiu, alguém criou.

Esse alguém deve estar desprovido de toda contingência, vive desde sempre e nunca morrerá: é eterno.

Esse ser necessário para que qualquer coisa exista, causa de todos os seres contingentes, é Deus.

Assim ensina São Tomás (“Suma Teológica”, I 2,3):

“A terceira via considera o ser possível ou contingente e o necessário, e pode formular-se assim:

domingo, 26 de janeiro de 2020

São Tomás: segunda via por onde se demonstra a existência de Deus

Deus Pai, Gar 09, 4v
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SEGUNDA VIA: A CAUSALIDADE EFICIENTE

Uma estátua, ou uma ponte, por exemplo não se fazem sozinhas.

Alguém as fez: o escultor ou o engenheiro. Esses são a causa eficiente da estátua ou da ponte.

Eficiente = que faz, como o pai é a causa eficiente do seu filho. Nada aparece por magia.

E quem fez ao escultor, o engenheiro ou o pai do exemplo acima?

Procurando logicamente achamos alguém ou algo que foi o primeiro a fazer algo ou alguns. Essa causa eficiente primeira é Deus.

Assim explica São Tomás de Aquino (“Suma Teológica”, I 2,3):

“Vemos que no mundo do sensível há uma determinada ordem entre as causas eficientes; mas não achamos e não é possível achar alguma coisa que seja sua própria causa, pois em tal caso teria que ser anterior a si mesma, e isto é impossível.

“Ora bem: também não se pode prolongar de modo indefinido a série das causas eficientes, porque, em todas as causas eficientes subordinadas, a primeira é causa da intermediária e esta é causa da última, sejam poucas ou muitas as intermediárias.

domingo, 19 de janeiro de 2020

São Tomas de Aquino: primeira via para demonstrar racionalmente a existência de Deus

A Idade Média sistematizou as vias para provar a existência de Deus
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Nós encontramos nas Sagradas Escrituras provas divinas da existência de Deus: é Deus se revelando a Si próprio.

Os Apóstolos, Padres e Doutores da Igreja demonstraram sua existência das mais variadas e admiráveis formas, com ciência, sabedoria e eloquência.

E isto sem falarmos da sublime luminosidade do Evangelho em que a divindade de Jesus Cristo patenteia-se, por assim dizer em cada palavra inspirada, na sua Vida e Morte, nos seus ensinamentos, conselhos e exemplos.

Entretanto, coube a grandes santos medievais a sistematização das várias vertentes, ou vias, por onde se prova a existência de Deus com evidência como que matemática .

Esta forma de provar é especialmente útil nos nossos dias. Pois há uma certa asneira moderna que gostaria reduzir a Fé a um mero sentimento subjetivo, e a piedade a uma dulçurosa experiência.

domingo, 12 de janeiro de 2020

Notre-Dame será reconstruída tal como era

Notre Dame de Paris.
Fundo: Grande Cruz das Três Ordens Militares (Cristo, Santiago, Avis)
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A “Bíblia de Pedra” que é a catedral de Notre-Dame de Paris, durante oito séculos resistiu a toda espécie de guerras, revoluções e intempéries.

Mas esteve a ponto de ruir no incêndio do telhado e da agulha em 15 de abril de 2019, deixando o mundo estupefato.

A catástrofe simbolizou a grave crise que devora a própria Igreja Católica que essa legendária catedral representa.

O resgate quase milagroso do Santíssimo Sacramento e das mais preciosas relíquias da catedral, como a Coroa de Espinhos e a túnica de São Luís, soou como uma promessa da restauração católica depois da infernal “penetração da fumaça de Satanás no templo”, tantas vezes rememorada.

Mas as ruínas fumegantes da catedral foram alvo de polêmica.

sábado, 7 de dezembro de 2019

Imaculada Conceição: privilégio de Nossa Senhora pelo qual heróis medievais deram a vida


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Quanto mais nós admiramos uma pessoa, mais nós devemos amá-la.

E quanto mais nós a amamos, mais nós devemos ser propensos a admirar as qualidades que Ela tem.

Por causa disso, nos veneramos Nossa Senhora como Mãe ao mesmo tempo sumamente amável e sumamente admirável.

Nossa Senhora aparece fazendo-se admirar pelo título que Ela proclama.

Ela disse a Santa Bernadette Soubirous: “Eu sou a Imaculada Conceição”.

Quer dizer, uma criatura que está numa condição inteiramente superior a todas as outras.

Porque concebida sem pecado original e gozando de uma predileção toda especial de Deus.

De outro lado, Ela pratica milagres dos mais estupendos, numa continuidade e numa importância sem igual história da igreja. E isto é porque Ela quer.

Então Ela se apresenta muito à nossa admiração.

domingo, 10 de novembro de 2019

Diferenças na movimentação do homem contemporâneo e o medieval

Missa. Missal de Jean Rolin, século XV
Missa. Missal de Jean Rolin, século XV.
Biblioteca Municipal de Lyon, ms 517, folio 8r.
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continuação do post anterior: A intensa movimentação das almas na Idade Média



O homem medieval exibia uma ‘movimentação” intelectual e religiosa que se devia a alguns fatos:

Em primeiro lugar, a vitalidade do homem medieval era muito mais exuberante.

Em segundo lugar, o homem medieval tinha mentalidade e ideias. Quando se tem mentalidade e ideias é possível mudar-se de uma para outra.

Hoje, pelo contrário, há exatamente uma carência de ideias.

Sobretudo o que há é que o homem contemporâneo é de uma dureza de coração, especialmente no que diz respeito ao bem. Ele absolutamente não muda. As manifestações de virtude mais palpáveis não o comovem.

Podemos ter o exemplo disto em torno de nós. 

Por vezes, pessoas que não fazem mal a ninguém e que dão a todos o exemplo da virtude, bons filhos, bons irmãos, procedem bem em todas as coisas mas não obtêm a simpatia de ninguém.

Qual a razão disto? Endurecimento... O espetáculo da virtude não comove, não impressiona; a virtude não é simpática, não atrai nenhuma espécie de simpatia.

domingo, 3 de novembro de 2019

A intensa movimentação das almas na Idade Média

Cientistas consideram o mundo.  Bartolomeu o Inglês, "Livro das propriedades das coisas"
Cientistas consideram o mundo.
Fr. Bartolomeu OFM, o Inglês: "Livro das propriedades das coisas", BnF, fr 134, f, 169.
Luis Dufaur
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Na Idade Média: vida intelectual, espiritual e moral sujeita a flutuações e cheia de vais-e-vens

Estudando a história, poder-se-ia achar que a vida na Idade Média era muito mais movimentada do que a de nossos dias. De fato parece ser.

A movimentação era, entretanto, num outro campo e por razões diferentes das movimentações de hoje.

A atividade dos corpos talvez fosse menor. Certos homens viajavam muito, mas era apenas uma certa categoria de homens: os mercadores, os estudantes, os nobres.

Mas a maior parte das populações ficava fixa nas cidades. E o geral dos homens viajava muito menos que os de hoje.

Agora, acontece que enquanto a vida física de um homem era menos trepidante, sua vida espiritual, intelectual e moral era muito mais sujeita a flutuações e muito mais cheia de vais-e-vens. Isso determinava uma diferença de “colorido” na vida medieval.

domingo, 27 de outubro de 2019

Igrejas que são Evangelhos de pedra


Luis Dufaur
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A fachada é o rosto da igreja. Ela evangeliza, ensina, catequiza.

Na Idade Média, bastava ao catequista explicar o significado das inúmeras estátuas e cenas entalhadas na pedra, para dar aulas perfeitas sobre as verdades fundamentais da fé, as virtudes e os vícios opostos, a História Sagrada, a ordem do Universo, a hierarquia das ciências, etc.

No coração da fachada de Notre Dame encontra-se a rosácea.

Ela forma a coroa da Santíssima Virgem.

domingo, 13 de outubro de 2019

O sobrenatural e o maravilhoso na vida do medieval

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Junto ao mar, numa península com forma de cruz, um santo eremita construiu um mosteiro nos tempos que a Gália, ainda não era a França.

Mas o mosteiro foi derrubado. Algum tempo depois, um outro veio e construiu outro mosteiro.

E esse mosteiro foi derrubado, se minha memória não me trai, por ocasião da Revolução Francesa.

Se no Reino de Maria se mandar construir um mosteiro em louvor a Nossa Senhora nessa península, com sentido reparador, etc., vai ser muito bonito.

Há um certo lugar na França onde se tornou lendária a presença de um homem que teria vivido lá pela alta Idade Média, conhecido como “o louco da floresta”.

Esse homem era doido, e ele apenas sabia dizer "Ave Maria!". Com todas as pessoas que ele encontrava ele só dizia "Ave Maria!"

domingo, 6 de outubro de 2019

Os escolásticos medievais fundaram a economia científica

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Um dado muito pouco conhecido é que a Igreja inspirou o pensamento econômico na Idade Média.

Até então os homens não tinham racionalizado os sistemas econômicos.

Alguns grandes pensadores como Aristóteles trataram de alguns problemas muito básicos da atividade econômica.

Porém, a imensa maioria dos homens e as civilizações antigas tocavam a vida econômica em função da agricultura, o artesanato, o comércio e o intercâmbio básico, e não raciocinavam sobre isso.

Para eles, a economia era o que a palavra significa ao pé da letra : as "regras da casa" ou "administração doméstica" ( de 'eco' = casa e 'nomos' = regras ou costumes).

Joseph Schumpeter, um dos mais importantes economistas da primeira metade do século XX, em sua History of Economic Analysis (1954), disse dos escolásticos (a escola teológica que unificiou a linguagem e a formulação dos conceitos na Idade Média):
“Foram eles os que chegaram, mais perto do que qualquer outro grupo, a serem os ‘fundadores’ da economia científica”.
Jean Buridan (1300-1358), reitor da Universidade de Paris, deu importantes contribuições à moderna teoria da moeda.